As vacinas personalizadas podem ser a chave do tratamento do cancro

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Sanofi Pasteur / Flickr

Os pacientes que tomaram uma vacina personalizada em conjunto com a imunoterapia normal tiveram um risco de morte ou recaída 65% mais baixo.

As vacinas mRNA adaptadas a cada paciente podem ser a chave para vencermos a guerra contra o cancro. Cientistas da Universidade Edith Cowan, na Austrália, já estão a levar a cabo testes globais que podem revolucionar o tratamento do cancro.

Os resultados mais recentes destes testes foram revelados por Adnan Khattak, professor do Centro de Saúde de Precisão da Universidade Edith Cowan, no congresso da Sociedade Americana de Oncologia, a maior conferência mundial sobre tratamentos de cancro.

Khattak descreve como as taxas de sobrevivência e recorrência da doença entre pessoas que tiveram cancros de pele de alto risco (melanomas) removidos melhoraram significativamente quando uma vacina de mRNA adaptada para se adequar à genética do tumor de um indivíduo foi adicionada ao tratamento de imunoterapia comum.

Depois de 18 meses, a taxa de sobrevivência sem cancro entre os pacientes que receberam a vacina em combinação com a imunoterapia foi de 78,6%. Já para os pacientes que apenas receberam a imunoterapia comum, a taxa ficou-se nos 62,2%.

Dois anos depois do tratamento, apenas 22,4% dos pacientes que receberam a vacina tinham ou morrido ou sofrido uma recaída no cancro. Para o grupo que não recebeu a vacina, esta percentagem já estava nos 40%.

No geral, depois de, em média, dois anos, os pacientes que receberam a vacina tinham um risco de morte ou do regresso do melanoma na mesma zona do corpo 44% mais baixo e um risco de morte ou regresso do melanoma noutra zona do corpo 65% mais baixo.

Notoriamente, os testes também não detetaram aumentos nas taxas de efeitos secundários adversos, explica o SciTech Daily.

Embora as vacinas sejam normalmente associadas à prevenção de doenças, neste caso, a vacina de mRNA é usada para tratar pessoas que já foram diagnosticadas com melanoma.

As amostras de tecido são recolhidas e analisadas para identificar neoantígenos, proteínas que se formam nas células cancerígenas e que são exclusivas do tumor de um indivíduo.

Podem ser identificados até 34 neoantígenos, que são então adicionados a uma molécula de mRNA e adicionados a uma vacina.

O resultado é um tratamento de cancro personalizado, com os neoantígenos com maior probabilidade de desenvolver uma resposta imunitária para ajudar o corpo do paciente a combater o cancro.

ZAP //

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