Federação de Futebol dos EUA revoga regra que proibia ajoelhar durante o hino

Ian Langsdon / EPA

A capitã da seleção norte-americana de futebol feminino Megan Rapinoe

A Federação de Futebol dos Estados Unidos revogou uma regra que proibia, desde 2017, jogadores da seleção nacional de se ajoelharem durante o hino.

O conselho de administração da Federação de Futebol dos Estados Unidos tomou esta decisão durante uma videoconferência esta quarta-feira.

A proibição de ajoelhar durante o hino tinha sido imposta, em fevereiro de 2017, depois de a jogadora de Megan Rapinoe se ter ajoelhado, replicando o gesto repetido por Colin Kaepernick, jogador de futebol americano (NFL), em 2016.

“Não fizemos o suficiente para ouvir – especialmente os nossos jogadores – para entender e reconhecer as experiências reais e significativas de negros e de outras comunidades minoritárias no nosso país. Pedimos desculpas aos nossos jogadores – especialmente aos jogadores negros – funcionários, adeptos e a todos os que apoiam a erradicação do racismo”, apontou em comunicado a Federação de Futebol dos Estados Unidos (USS).

Esta decisão surge na sequência da morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos que morreu, a 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, e em todo o mundo, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Pelo menos 10 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos, e as autoridades impuseram recolher obrigatório em várias cidades.

Ao grito de Black Lives Mater, denunciaram a “brutalidade policial”, que visa desproporcionadamente os afro-americanos. Quase um quarto das mil pessoas mortas pela polícia em 2019 eram negras, apesar de representarem apenas 13% da população americana.

Os manifestantes querem também pôr fim à ampla impunidade de que gozam os agentes da polícia. Nos últimos 15 anos, apenas 110 agentes foram acusados de disparar contra um suspeito.

ZAP // Lusa

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