
E se o Universo rodasse tão lentamente que não dávamos por isso? Uma equipa de cientistas acredita que é provável — e isto pode explicar porque é que as nossas medições da expansão do Universo não batem certo com as leis da Física.
É unânime que o Universo está em expansão — esta ideia encaixa em praticamente todas as observações dos astrónomos, e é aceite pela comunidade científica.
Mas essa certeza não explica a tensão de Hubble, o nome que é dado ao problema do Universo que se expande mais rapidamente do que o previsto pelos modelos teóricos e pela física.
Agora, uma equipa de astrónomos apresentou um modelo que sugere que o Universo pode rodar uma vez em cada 500 mil milhões de anos. Esta rotação seria tão lenta que não nos aperceberíamos dela, mas afetaria a forma como o Universo se expande.
“Para nossa surpresa, descobrimos que o nosso modelo com rotação resolve o paradoxo sem contradizer as atuais medições astronómicas. Melhor ainda, é compatível com outros modelos que assumem a rotação. Portanto, talvez tudo gire de facto. Ou, panta kykloutai”, disse o investigador István Szapudi à Phys.
O estudo, publicado no final de março na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society mostra que esta ideia não contradiz nenhuma das leis da física conhecidas, e pode ainda explicar porque é que as medições do crescimento do Universo não são exatamente iguais.
Agora, os cientistas querem transformar esta teoria num modelo computacional completo. O objetivo final? Encontrar formas de detetar sinais desta lenta rotação cósmica.