União Europeia proíbe empresas de fabricarem tecnologia avançada na China e Rússia

Stephanie Lecocq/EPA

Estratégia Europeia de Segurança Económica, que prevê reforços no controlo de investimentos e exportações, será revelada esta terça-feira. Maiores visados serão países “com valores, modelos e interesses sistematicamente diferentes”, entre os quais China e Rússia.

A União Europeia (UE) vai revelar planos para prevenir que empresas europeias produzam tecnologia sensível como supercomputadores, inteligência artificial e microships avançados em países como China e Rússia, avança o jornal Politico.

Segundo a informação obtida pelo jornal, Bruxelas pretende ser mais interventiva nos investimentos e relações de empresas europeias com países fora dos 27.

A Estratégia Europeia de Segurança Económica, que será revelada pela Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, não menciona a China especificamente, mas refere-se ao risco de “dependência excessiva de um único país, especialmente de um com valores, modelos e interesses sistematicamente diferentes”, apontando para Pequim e Moscovo como os maiores alvos da intervenção.

Atualmente, os governos nacionais são os responsáveis por controlar as exportações. Com a alteração, a UE passará, assim, a poder proibir investimentos em casos em que se considere que a propriedade intelectual e segurança nacional estiverem em risco.

A UE deve prevenir o “investimento externo num conjunto restrito de tecnologias avançadas suscetíveis de reforçar as capacidades militares e de inteligência de atores que possam usar essas capacidades para ameaçar a paz e a segurança internacional; e o tratamento seguro de informação sensível”, lê-se, segundo o jornal de Washington, no documento.

O documento nomeia especificamente o quantum computing — que pode ser usado para atingir a maioria das comunicações seguras — a inteligência artificial e semicondutores avançados como áreas em que a União Europeia poderá prevenir o outsourcing.

A documentação também se refere à reunião do G7, com lugar em maio, em que o de-risking” da China foi um dos principais pontos de discussão, conceito que implica o encerramento de relações com um conjunto de pessoas — neste caso, um país.

A UE irá propor reforços no controlo de três diferentes áreas.

Investimento externo, controlando quando empresas estrangeiras compram ou adquirem participações em empresas ou infraestrutura crítica; exportações, quando as empresas da UE vendem armas ou “software” de espionagem a países hostis; e ainda investimento externo.

A proposta de Bruxelas será discutida pelos chefes de governo e de estado na cimeira de 29 e 30 de junho.

ZAP //

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