As condições climatéricas extremas podem ajudar ou prejudicar a paleontologia. Neste caso, ajudou.
Um antigo rasto de pequenas pegadas de dinossauro foi descoberto no Geoparque Mundial da UNESCO da Linxia, na província de Gansu, na China.
De acordo com o South China Morning Post, os cientistas foram informados por funcionários de um museu da região que viram as marcas em miniatura após fortes chuvas.
Esta foi a descoberta do, provavelmente, dinossauro mais antigo até à data, também pode tornar o processo de estudo desses achados muitos mais difícil.
As chuvas revelaram cinco pegadas em miniatura que se diz terem apenas alguns centímetros de diâmetro, demonstrando o quão pequenos eram os dinossauros que as fizeram.
Pensa-se que o Minisaupirus poderá estar por detrás das pegadas, sendo um pouco mais pequeno do que uma galinha.
Lida Xing, paleontóloga e professora associada associada da Universidade de Geociências da China, disse que estimam “que o comprimento do corpo [dos dinossauros] seja cerca de 25 centímetros, mas a cauda deve representar, pelo menos, metade do comprimento”.
Embora possamos pensar que a maior parte dos dinossauros eram poderosos, os mini foram um passo importante para o enorme sucesso do grupo de animais que veio a seguir: “a miniaturização dos dinossauros foi um fator-chave na sua evolução para aves, e foi um acontecimento evolutivo muito importante”.
Se as pegadas fósseis pertencerem de facto ao Minisauripus, parece que podem ter vivido ao lado de aves aquáticas, como evidenciado por outras pegadas e marcas de ondulação que indicam que havia água nas proximidades.
O facto de serem tão pequenos significa que estes dinossauros deixam pouco fósseis para os cientistas estudarem e é por isso que a icnologia é tão importante, pois permite-nos estudar as suas pegadas fossilizadas em vez de ossos.
Há algum debate sobre se as provas fósseis que temos destes dinossauros são da sua forma adulta ou juvenil, mas, num artigo de 2016, Xing e colegas descreveram que algumas pegadas de Minisauripus em Yangmozu, na província de Sichuan, eram “o mais pequeno icnogénio de pegadas de terópodes não aviários conhecido”. Portanto, um dinossauro de facto.
A chuva tem sido amiga dos paleontólogos
No início do ano foi descoberto, no Brasil, um esqueleto fossilizado que se acredita ser um dos dinossauros mais antigos do mundo, com cerca de 233 milhões de anos, no estado do Rio Grande do Sul.
A descoberta foi feita depois das fortes chuvas acelerarem a erosão na área, revelando os ossos antigos.
Pensa-se que o dinossauro tenha vivido durante o período Triássico, quando todos os continentes faziam parte de uma única massa terrestre conhecida como Pangéia. Acredita-se que foi nesta época que os dinossauros evoluíram pela primeira vez.