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Uma “moda de agora”? Não, já os romanos adoravam usar sandálias com meias

Vindolanda Trust

Um dos sapatos encontrados recentemente no forte romano de Magna

Recentemente, usar sandálias com meias voltou a ser moda – como já havia sido em algumas décadas do século XX. Mas, na realidade, essa tendência já existe desde o tempo do Império Romano.

Escavações recentes no forte romano de Magna, perto da Muralha de Adriano, em Northumberland, no nordeste de Inglaterra, descobriram o verdadeiro Bigfoot.

Estes achados forneceram-nos um excelente registo do calçado dos soldados e dos civis que viviam à sua volta.

A descoberta de calçado de couro extraordinariamente grande deixou os arqueólogos “perplexos”. No entanto, daqueles cujo tamanho pode ser determinado, apenas 0,4% são grandes.

Afinal, aqueles chinelos poderão não querer dizer, necessariamente, que os romanos tinham os pés grandes, mas usavam sandálias com meias.

Moda “de agora” que não é de agora

De facto, a coleção de sapatos encontrada levanta uma questão imediata e óbvia: porque é que as pessoas na Magna tinham sapatos tão grandes?

As possíveis respostas a esta pergunta levantam mais questões e trazem à tona uma componente central da investigação arqueológica.

Emma Frame, arqueóloga sénior das escavações de Magna, sugere: “Temos de assumir que tem algo a ver com o facto de as pessoas que aqui viviam terem pés maiores, serem potencialmente mais altas, mas não sabemos”.

Esta ideia de pés maiores, pessoas maiores faz sentido.

No entanto, também pode valer a pena considerar outras ideias.

Por exemplo, o facto de os chinelos serem grande poderá apenas indicar que são destinados a permitir o uso de camadas extra de enchimento ou de vários pares de meias.

Esta teoria ganha força devido a uma carta, preservada em condições semelhantes às dos sapatos de Vindolanda, que se refere a uma oferta de meias e cuecas que foi enviada a alguém daquele lugar – presumivelmente para o manter quente durante as noites frias de inverno.

Sabemos também, com base noutras provas, que os arqueiros sírios constituíam uma das unidades estacionadas em Magna. Estes homens não estariam habituados ao clima gelado do norte de Inglaterra.

Poderão estes sapatos grandes ser uma tentativa de lidar com o choque amargo de um inverno britânico?

Ou, em vez disso, poderão estes sapatos ter um objetivo médico, quiçá, para permitir que pessoas com pés inchados ou pessoas que utilizam pensos médicos possam usar sapatos?

Ou, por fim, seria apenas uma questão de moda?

Estas são algumas hipóteses apresentadas pelo professor de Cultura Material Romana e da Antiguidade Tardia, Universidade de Reading, Tim Penn, num artigo no The Conversation, que poderiam explicar os sapatos extragrandes com base noutras provas que não o tamanho dos romanos.

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