Os EUA estão a criar uma fortaleza militar numa valiosa porta para o Pacífico, que pode correr perigo na eventualidade de guerra. Em 2029, a ilha será capaz de repelir ataques de drones e mísseis de longo alcance.
A defesa do território norte-americano tem dependido, ao longo de centenas de anos, das suas bases militares fortificadas.
Agora, com o surgimento de tecnologias mais avançadas e mais poderosas, nascem também novas necessidades de defesa.
É o caso da poderosa base de defesa anti-mísseis que está a ser construída na ilha norte-americana de Guam, que será, à partida, capaz de repelir ataques de drones e mísseis de longo alcance já em 2029, segundo a Popular Mechanics.
Com 549 quilómetros quadrados, a ilha de Guam é cinco vezes maior do que Lisboa e fica a quase 10 mil quilómetros da costa da Califórnia. Os seus 150 mil habitantes consistem em cidadãos norte-americanos.
A ilha, que é o território mais a oeste da América e das bases militares dos EUA, tem uma história curiosa.
Nas mãos dos espanhóis até fins de século XIX, os EUA conquistaram-na durante a Guerra Hispano-Americana em 1898 — sem um único disparo — a autoridades espanholas que, surpreendentemente, não tinham conhecimento de que os dois países estavam em guerra.
O território seria mais tarde invadido e ocupado pelo Japão Imperial, pouco depois do Pearl Harbor, mas seria liberado em 1944 por forças americanas.
O território seria para os EUA, num conflito futuro, uma valiosa porta para o Pacífico que os seus ‘rivais’ tentariam fechar a todo o custo.
As armas de defesa da nova fortaleza
Na eventualidade de guerra entre as potências mundiais, as instalações já existentes em Guam seriam uma importante base para as forças dos EUA.
A sua base Andersen — que emitiu, na Guerra do Vietname, dezenas de B-52 — é ainda considerada um centro importante para o poder aéreo americano, podendo ajudar no transporte de tropas para Oeste.
Também a Base Naval Guam serve de esquadrão nuclear e pode abrigar navios de guerra do tamanho de porta-aviões, servindo eventualmente de base de reparações de navios.
Mas agora, de acordo com relatório do Gabinete de Responsabilidade do Governo (GAO), os EUA têm novos (e grandes) planos para tornar a ilha ainda mais potente.
No passado mês de janeiro, a Marinha já abriu uma nova base com capacidade para abrigar cinco mil marines.
No relatório estão previstas novas defesas com sensores de deteção de ameaças inimigas e mísseis para as derrubar, bem como um radar com cobertura de 360 graus para monitorizar ameaças de aviação — conhecido como “Homeand Defense Radar-Guam, ou AN/TPY-6.
Mas as novidades estão longe de ficar por aqui.
Se o AN/TPY-6 deteta manobras mísseis balísticos e armas hipersónicas de alta altitude, o novo Sensor de Defesa Aérea e de Mísseis de Nível Inferior do Exército (LTAMDS) faz jus ao nome, monitorizando o nível inferior da atmosfera em busca de ameaças como mísseis de cruzeiro, caças e drones.
Helicópteros, foguetes e avionetes, por sua vez, serão detetados pelos radares A4 Sentinel, sendo estes apenas alguns exemplos entre os vários planos projetados no relatório.