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Uma adolescente inventou um sensor para testar se alguém drogou a sua bebida

Um sensor simples e barato deteta a presença de anti-histamínicos nos chamados “cocktails de Benadryl”.

Angie Fogarty, aluna na Greenwich High School, em Greenwich, no Connecticut, criou um sensor simples que permite detetar se uma bebida foi adulterada.

Destinado a prevenir a adulteração de bebidas e os abusos sexuais facilitados por drogas, o sensor é pequeno, fácil de usar, e barato: os produtos necessários para  um teste custam cerca de 1 dólar.

O sensor deteta a presença de difenidramina (DPH), um ingrediente do Benadryl — uma droga que, combinada com álcool, pode causar efeitos perigosos, provocar sonolência extrema, comprometer as capacidades motoras e reduzir a atenção.

A invenção levou a adolescente, de 18 anos, à final do Regeneron Science Talent Search 2023, o mais antigo e prestigiado concurso de ciências e matemática dos Estados Unidos para estudantes do último ano do ensino secundário.

Fogarty teve a ideia de criar o sensor depois de ter tido conhecimento de casos frequentes de adulteração de bebidas e agressões sexuais facilitadas por drogas em instalações escolares.

O conceito é simples: um sensor que reage mudando de cor para indicar se há um anti-histamínico numa bebida.

O teste é também rápido. Juntam-se umas gotas de um regulador de pH a uma pequena quantidade da bebida, até que a solução fique amarela; seguidamente, coloca-se uma porção da solução no sensor — que fica vermelho ou verde, dependendo da presença ou não de DPH no líquido.

Tive que testar pelo menos uma centena, provavelmente mais, versões diferentes do sensor até encontrar a fórmula perfeita”, conta Fogarty ao Smithsonian. “Primeiro, teve que descobrir como obter a reação certa quando o DPH atingisse o sensor”.

Depois de estudar alguns métodos de teste, decidiu usar um sistema de dois corantes — um verde e um roxo — num pequeno pedaço de papel de celulose, material habitualmente usado em tiras de teste.

Angie Fogarty

Angie Fogarty que testar pelo menos uma centena de versões do sensor até encontrar a fórmula perfeita

Quando um líquido sem DPH entra em contacto com o papel, o corante verde dissolve-se no líquido, puxando-o para cima e afastando-o do papel, fazendo-o brilhar quando atingido pela luz ultravioleta do sensor. O corante roxo, ligado ao papel, fica oculto por baixo.

Por outro lado, quando o papel entra em contacto com um líquido com DPH, forma-se uma ligação química entre o corante verde e a droga, atenuando a expressão do corante e permitindo que a cor do corante roxo apareça. Sob a luz UV, o sensor fica com uma cor vermelha.

Amarelo, vermelho, verde, roxo. Não faltam cores garridas. “O sensor é usado para prevenir violações em encontros e festas, que envolvem muitas bebidas alcoólicas, portanto pode haver muitos aditivos e cores“, diz Fogarty.

ZAP //

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