Um teste de líquido cefalorraquidiano vai permitir diagnósticos precoces de distúrbios parkinsonianos, que estão dependentes de uma enzima.
Uma equipa de investigadores descobriu que níveis elevados da enzima DOPA descarboxilase no líquido cefalorraquidiano podem ser indicativos da doença de Parkinson.
Esta descoberta virá permitir um diagnóstico mais precoce e preciso dos distúrbios parkinsonianos – condições neurodegenerativas que afetam 6% da população mundial e que incluem o Parkinson e a demência de Corpos de Lewy (DLB).
Normalmente, estas doenças prejudicam o movimento e apenas são diagnosticadas quando há sintomas. No entanto, os sinais de degeneração neurológica podem manifestar-se muito antes.
Citado pelo New Scientist, Oskar Hansson da Universidade de Lund, na Suécia, que liderou este estudo, destacou os desafios no diagnóstico de distúrbios parkinsonianos, particularmente nas suas fases iniciais.
“É bastante difícil, mesmo para clínicos experientes, diagnosticar indivíduos com um distúrbio parkinsoniano, especialmente nos seus estágios iniciais. Por isso, o nosso principal objetivo tem sido identificar um biomarcador que possa auxiliar nisto.”
A equipa de Hansson examinou 81 indivíduos com doença de Parkinson ou DLB e 347 sem quaisquer sintomas.
Através de injeções no canal vertebral, foi recolhido o líquido cefalorraquidiano, que envolve o cérebro e a medula espinhal… e: foram observados níveis elevados de DOPA descarboxilase no fluido dos participantes com Parkinson ou DLB.
Notavelmente, 35 dos 347 participantes sem sintomas apresentavam níveis mais altos desta enzima no seu líquido cefalorraquidiano. Ao longo de três anos, 12 destes indivíduos desenvolveram Parkinson ou DLB.
Embora Hansson sublinhe a natureza preliminar destes resultados e a necessidade de estudos mais abrangentes, se a DOPA descarboxilase for confirmada como um biomarcador para distúrbios parkinsonianos, poderá revolucionar os diagnósticos precoces.
Ainda não existem medidas preventivas ou tratamentos para quem sofre destes distúrbios. Contudo, uma deteção precoce poderá acelerar os tratamentos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Além disso, a identificação de tais biomarcadores também abre caminho para o desenvolvimento de tratamentos futuros.