Há 12 milhões de anos, um crocodilo devorou o gigantesco “pássaro do terror”

ZAP // Dall-E-2

Um grupo de arqueólogos descobriu que a maior “ave do terror” alguma vez descoberta foi atacada e morta por um enorme jacaré, há 12 milhões de anos. Esta descoberta foi possível graças a uma análise 3D da sua perna fossilizada.

Há cerca de 12 milhões de anos, no que é hoje o deserto de Tatacoa, na Colômbia, uma ave conhecida como “ave do terror” foi morta por um enorme jacaré do género Purussaurus.

Esta descoberta foi feita através da análise em 3D de um fóssil da pata da ave, como foi descrito num estudo publicado recentemente na revista Papers in Palaeontology., naquela que é a primeira evidência de um Phorusrhacid na Colômbia.

O fóssil, descoberto há cerca de 20 anos, só recentemente foi reconhecido como pertencente a uma “ave do terror”. Este estudo indica agora que a ave predadora não voadora era significativamente maior do que outras da sua família já descobertas, atingindo mais de 2,7 metros de altura e pesando cerca de 156 quilos.

O osso analisado, comparável a uma tíbia humana, apresentava marcas de feridas profundas, resultado de um ataque do Purussaurus, um crocodiliano que, como refere a Live Science, poderia medir mais de 9 metros.

O estudo sugere que, apesar da sua grande estatura e do seu bico afiado em forma de machado, que lhe permitiria caçar presas de todas as formas e feitios, a ave do terror foi devorada pelo jacaré.

“Suspeitamos que o pássaro do terror teria morrido em consequência dos ferimentos, dado o tamanho dos crocodilianos há 12 milhões de anos”, afirmou em comunicado Siobhán Cooke, coautor do estudo e professor de anatomia funcional e evolução na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

Como escreve a Live Science, este episódio ilustra a “dinâmica predatória” de um ecossistema rico e diversificado durante o Miocénico, entre 23 e 5 milhões de anos atrás.

La Venta, o local da descoberta, caracterizava-se por serouma paisagem tropical com rios sinuosos e uma biodiversidade abundante, incluindo primatas, mamíferos com cascos, preguiças gigantes e gliptodontes, um antigo parente dos tatus.

Além disso, como notam os investigadores, estes elementos ilustram um ecossistema vibrante onde coexistiam e competiam grandes predadores, como são exemplo as aves aterradoras e os enormes crocodilianos.

“É possível que haja fósseis em colecções existentes que ainda não tenham sido reconhecidos”, admitiu Siobhán Cooke.

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