Um buraco negro pode trespassar-nos a qualquer momento. Não sentiremos nada

Cientistas acreditam que os buracos negros podem atravessar matéria que vemos no quotidiano: rochas, vidro, metal… até mesmo o seu gato. É altamente improvável, mas se acontecesse nem daríamos por isso.

“Temos de pensar fora da caixa porque o que foi feito anteriormente para encontrar buracos negros primordiais não funcionou”, diz Dejan Stojkovic, co-autor de um estudo publicado este mês na Physics of the Dark Universe.

Os buracos negros primordiais ter-se-ão formado a partir de minúsculas variações na densidade da energia e da matéria no cosmos há 13,8 mil milhões de anos.

Os cientistas da Universidade de Buffalo sugerem agora que minúsculos buracos negros primordiais, com o poder de esvaziar planetas, podem estar a atravessar materiais do quotidiano aqui na Terra — desde rochas, vidro, metal até, talvez, nós próprios ou os nossos animais de estimação, conta a Space.

Mas não se preocupe: a tensão superficial do seu corpo e do seu gato é muito menor do que a de um planeta ou de um pedaço de rocha pré-histórica. Portanto, tanto nós como os nossos animais sairíamos ilesos desse acontecimento.

Embora o buraco negro primordial que nos trespassasse trouxesse consigo uma grande quantidade de energia cinética, também estaria a viajar a velocidades monumentais. Isso significa que não teria oportunidade de transferir grande parte dessa energia ao passar por si.

A Space explica que, enquanto lê esta frase, centenas de biliões de neutrões passaram pelo seu corpo a uma velocidade próxima da da luz e não sentiu nada. Estas partículas são chamadas de “partículas fantasma”. Assim, se Stojkovic estiver correto, talvez possamos chamar aos buracos negros primordiais “buracos negros fantasma”.

Estes minúsculos buracos negros foram criados durante o Big Bang e permanecem esquivos à deteção por parte dos astrofísicos. Agora, dois cientistas estão a pedir aos investigadores que alarguem os seus horizontes nesta busca pelos misteriosos buracos negros.

A equipa descobriu que as hipóteses de um buraco negro primordial passar através de um objeto na Terra são muito reduzidas. Isso significa que a forma mais provável de detetar essa passagem seria examinar rochas que existem há milhares de milhões de anos.

Apesar disso, a probabilidade de um minúsculo buraco negro originado no Big Bang ter atravessado um objeto tão antigo é de apenas 0,000001. Ainda assim, para Stojkovic, a tentativa de detetar essa passagem vale a pena, uma vez que o risco é pequeno.

“As pessoas mais inteligentes do planeta têm estado a trabalhar nestes problemas há 80 anos e ainda não os resolveram”, concluiu Stojkovic. “Não precisamos de uma extensão simples dos modelos existentes. Provavelmente, precisamos de um quadro completamente novo”.

ZAP //

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