Depois de o Presidente dos Estados Unidos ter ameaçado avançar com “fortes sanções económicas” caso Moscovo dê continuidade à escalada militar na Ucrânia, chegou a vez de a União Europeia chegar-se à frente.
O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, afirmou, esta quarta-feira, que a UE está a preparar, em coordenação com os Estados Unidos, um “arsenal de sanções” contra a Rússia para responder a uma possível agressão militar à Ucrânia, embora para já tenha descartado medidas “preventivas” contra Moscovo.
“Se ocorrer o que nós estamos a tentar evitar, um ataque militar clássico, naturalmente que a Rússia teria de enfrentar um sistema de sanções muito severo”, afirmou o chefe da diplomacia europeia num encontro com meios de comunicação espanhóis em Bruxelas, citado pela agência Europa Press.
Borrell confirmou ainda os trabalhos conjuntos com Washington para coordenar um “arsenal de sanções económicas” que teria como objetivo de causar “cortar” a economia russa do resto do mundo.
Porém, o Alto Representante declarou que não haverá “sanções preventivas” por parte da União Europeia, descartando a hipótese de sair da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, marcada para a próxima segunda-feira, novas medidas contra Moscovo.
“Agora, trata-se de não escalar a situação nem dar razões ou argumentos para provocar o que queremos evitar”, sublinhou Borrell, assegurando que ainda não há “nada de concreto” em cima da mesa, citado pela agência espanhola.
O chefe da diplomacia europeia insistiu em passar uma mensagem de aviso a Moscovo, em linha com o que sucedeu com a NATO e os Estados Unidos, que avisaram o Presidente russo, Vladimir Putin, do “alto custo” de uma ação militar contra a Ucrânia.
“É necessário ter a resposta pronta, mas evitar qualquer escalada”, disse ainda Borrell.
Joe Biden já tinha referido a Vladimir Putin, na conferência virtual realizada na terça-feira entre os dois líderes, que a Rússia arrisca “fortes sanções, incluindo económicas”, em caso de escalada militar na Ucrânia.
Um dia após o encontro entre os dois chefes de Estado, o Presidente norte-americano voltou a a ameaçar o homólogo russo com sanções “como nunca viu antes”.
Nas últimas semanas, recorde-se, a Ucrânia acusou a Rússia de concentrar mais de 90 mil soldados na fronteira entre os dois países com o objetivo de atacar o seu território durante o inverno.
Em paralelo, Moscovo acusou Kiev de ter concentrado 125 mil militares (ou seja, metade dos efetivos das Forças Armadas ucranianas) na região do Donbass, em plena linha da frente.
Esta quarta-feira, o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, também ameaçou a Rússia com possíveis “consequências” para o polémico gasoduto Nord Stream II, que liga os dois países, caso Putin decida invadir a Ucrânia.
“A nossa posição é muito clara, queremos que a inviolabilidade das fronteiras seja respeitada por todos, todos entendem que haveria consequências se não fosse assim”, declarou Scholz, na sua primeira entrevista após a eleição para chanceler federal, ao canal de televisão Welt TV.
De acordo com a agência France-Presse, o novo chanceler foi questionado sobre se estaria pronto para usar o gasoduto que liga a Rússia à Alemanha através do mar Báltico e que ainda aguarda a autorização final das autoridades alemãs para a sua entrada em atividade, como meio de pressão sobre Moscovo, em caso de invasão da Ucrânia pelas forças russas.
“No futuro imediato, devemos garantir que a situação permaneça o que é, ou seja, que as fronteiras permaneçam invioladas”, acrescentou o chefe do Governo alemão.
ZAP // Lusa
O Putin ficou a tremer
E a Merkel ( “salvadora” da Europa??) ainda há pouco fazia acordos com o Putin (nord stream 2)… felizmente o novo governo alemão não seguiu o mesmo caminho e já começa a colocar algum travão às “amizades” da Alemanha com a Rússia de Putin!…
Olha que o Putin é cinturão negro e já está habituado a estas “temperaturas”. É um estadista não é um gringo decrépito …
Mas só à Rússia, e quem o bloco anglo-saxónico considera ‘pária’, é que se aplicam sanções em resultado de acções militares.
Ao país que mais actividade militar tem tido nos últimos 60 anos, incluindo ‘várias’ invasões e ocupações, não são aplicadas sanções.
Claro, aos ‘donos disto tudo’ não se aplicam os mesmos critérios de justiça internacional.
Gostava de saber o que aconteceria se, subitamente, o Canadá elegesse um líder ‘rabidamente’ anti americano e que permitisse aos chineses instalar sistemas de armamento junto à fronteira dos Estados Unidos.
Alguém quer dar um palpite sobre o que aconteceria?