As trocas de acusações entre Moscovo e Washington continuam depois da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU de ontem e antes do telefonema que está marcado para hoje.
A Rússia disse hoje que não “recuaria” perante as ameaças de sanções dos EUA relativamente às tensões na Ucrânia, marcando assim o tom antes de uma conversa telefónica chave hoje entre Moscovo e Washington.
“É Washington, e não Moscovo, que está a alimentar as tensões. Não vamos recuar e ficar atentos às ameaças de sanções dos EUA”, escreveu a embaixada russa em Washington na sua página do Facebook.
A embaixada russa estava a reagir a um tweet do corpo diplomático norte-americano acusando Moscovo de “invadir” a Ucrânia em 2014 e anexando a península da Crimeia.
FACT: It is the 🇺🇸 #USA that encouraged radical nationalist coup in 🇺🇦 #Kiev as a result of which the population of Crimea was threatened with extermination and voted for reunion with 🇷🇺 @Russia. https://t.co/06Kn5jSytb pic.twitter.com/lz5VXYdGSy
— Russian Embassy in USA 🇷🇺 (@RusEmbUSA) February 1, 2022
Este intercâmbio tem como pano de fundo um cenário de altas tensões sobre a Ucrânia.
A Rússia é acusada pelo Ocidente de ter reunido várias dezenas de milhares de soldados na fronteira do seu vizinho, em antecipação de uma possível invasão.
Na semana passada, Washington e a NATO responderam por escrito às exigências da Rússia em termos de garantias de segurança para desanuviar as tensões sobre a Ucrânia em respostas que Moscovo descreveu como “bastante confusas”.
As garantias de segurança da Rússia incluem uma paragem na expansão da NATO, particularmente na Ucrânia e Geórgia, o fim de toda a cooperação militar com as antigas repúblicas soviéticas e a retirada das tropas e armas da NATO para as suas posições anteriores a 1997.
Hoje o Secretário de Estado, Antony Blinken, deverá falar por telefone com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, no meio de tensões sobre a acumulação de tropas russas – cerca de 100.000 – perto da fronteira ucraniana.
A Casa Branca acredita que existe uma “possibilidade distinta” de a Rússia invadir a Ucrânia em fevereiro, embora o Governo ucraniano tenha minimizado este aviso, insistindo que não vê a situação a agravar-se para além do que já foi visto anteriormente.