Ucrânia proíbe a circulação de 38 livros russos

Eduard Limonov / Facebook

Eduard Limonov, escritor e líder do movimento nacional-bolchevique

Eduard Limonov, escritor e líder do movimento nacional-bolchevique

As autoridades ucranianas proibiram 38 livros russos, entre os quais se encontram obras de Eduard Limonov, por “incitação ao ódio e ao separatismo”, disseram ontem os serviços fiscais ucranianos à agência France Presse.

Trata-se de um novo episódio da guerra de informação entre os dois antigos países irmãos: Ucrânia e Rússia.

A pedido do Comité do Audiovisual ucraniano, os serviços fiscais, encarregados da alfândega, publicaram a lista das obras que ficam impedidas de serem vendidas na Ucrânia, como o livro “Kiev Kaput” do líder do movimento nacional-bolchevique Eduard Limonov.

As obras “Ukraine. Ma guerre. Journal géopolitique” (Ucrânia. Minha Guerra. Jornal geopolítico) ou “Revanche Eurasiatique de la Russia” (Vingança Euro-asiática da Rússia), de Alexandre Duguine, próximo do Kremlin, bem como “Catastrophe Ukrainienne: de L’agression Américane à la Guerre Mondiale” (Catástrofe Ucraniana: da Agressão Norte-americana à Guerra Mundial), do conselheiro económico do Kremlin Serguei Glaziev, são igualmente proibidas.

A medida visa “impedir a propagação da ideologia do ódio, do fascismo, da xenofobia e do separatismo“, explicou em julho Bogdan Tchervak, responsável do Comité do Audiovisual, quando fez o pedido aos serviços fiscais para proibirem as obras.

A proibição acontece alguns dias depois de Kiev ter decidido proibir a divulgação de uma dezena de cantores e atores, maioritariamente russos. Da lista faz parte o ator francês Gérard Depardieu que se tornou cidadão russo há dois anos.

Kiev considera que os atores e cantores em causa constituem uma “ameaça para a segurança nacional”, acusando-os de terem apoiado os rebeldes pró-russos do leste, assim como a anexação da península ucraniana da Crimeia por Moscovo.

As relações entre a Ucrânia e a Rússia encontram-se no seu nível mais baixo desde a anexação da Crimeia, em março de 2014, a que se seguiu a rebelião pró-russa no leste da Ucrânia, que os ocidentais acusam Moscovo de apoiar militarmente.

O conflito no leste ucraniano já causou mais de 6.800 mortos em 16 meses.

/Lusa

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