“O Twitter é perfeito para uma organização terrorista” – e o TikTok é perito em descontextualizar

Análise ao que tem sido publicado nessas duas redes sociais sobre a guerra em Israel: “Pensam que sabem tudo…”.

A guerra em Israel não se limita ao terreno: há também uma evidente guerra de (des)informação.

O episódio mais evidente terá sido o do hospital em Gaza: quem atacou? Quantas pessoas morreram mesmo, qual foi a escala desse crime?

Luís Pedro Nunes começou por lembrar a guerra na Ucrânia, onde havia uma generalizada “clareza moral”: os ucranianos eram os bons, os russos eram os maus.

Em Israel há uma maior “oscilação moral e oscilação de verdades” porque, explicou, há “dificuldade em discernir quem é o bom e quem é o mau”, conforme o conhecimento e a informação vão aparecendo, há muito para “desembrulhar”.

Para quem está no sofá a ver televisão, há muitas dúvidas.

Para quem está na internet, sobretudo no X (antigo Twitter) e no TikTok, o contexto é outro: “Assim que entras num dos polos, és raptado pelo algoritmo, entras numa cela e já não sais”.

Na SIC Notícias, o comentador disse que o X é “perfeito para uma organização terrorista” porque já não tem mediadores, não tem mediadores que falem hebraico ou árabe.

Além disso, “compras reputação por 8 dólares por mês: compras o selo, a seguir mudas a tua identidade e dizes que és jornalista da BBC e colocas umas imagens”.

“O Twitter é uma plataforma de desinformação pura”, avisou Luís Pedro.

Noutra rede social, o TikTok: “Os jovens recebem 30 segundos de informação descontextualizada, vão passando entre videos, ficam com a sensação de que sabem mais do que os outros, mas nada é contratualizado”.

No global, o episódio do hospital “cristalizou” duas narrativas: ou foram os israelitas que mataram aquelas pessoas, ou foi a Jihad Islâmica. “Não há maneira de estas duas narrativas serem desmontadas – e dão jeito aos dois lados”.

Luís Pedro Nunes não sabe qual será a “solução complexa num conflito em que os dois lados” provocam a violência e as mortes.