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Turquia responde à Grécia com manobras militares

Tolga Bozoglu / EPA

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa chamada telefónica com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sublinhou a importância de desanuviar o conflito e apelou à Turquia para se abster de atividades que alimentem as tensões com a Grécia.

Contudo, como noticiou no domingo a agência AFP, enquanto o presidente turco apelou à União Europeia (UE) para ser “imparcial” na crescente disputa sobre a prospeção de energia nas águas do Mediterrâneo oriental, a sua Marinha iniciou manobras militares junto ao Chipre.

A corrida da Turquia às reservas de gás e petróleo em águas reclamadas pela Grécia, tem moldado a relação entre os dois membros da NATO e velhos rivais, e colocando Ancara, mais uma vez, contra a UE.

Durante a conversa com o ex-primeiro-ministro belga, o líder turco “convidou as instituições da UE e os Estados-membros a serem justos, imparciais e objetivos e a a agirem responsavelmente em questões regionais, particularmente o Mediterrâneo oriental”, disse a presidência turca.

A escalada do conflito está no topo da agenda de uma reunião do Conselho Europeu agendada para os dias 24 e 25, com alguns Estados membros – França à cabeça – a pressionarem no sentido de se imporem sanções contra a Turquia.

No mês passado, a Turquia colocou o seu navio de exploração Oruç Reis em águas entre a Grécia e Chipre, o que levou Atenas a realizar exercícios navais para defender o seu território marítimo.

No sábado, Erdogan aumentou as tensões ao ameaçar Atenas. “Eles compreenderão a linguagem da política e da diplomacia, ou no terreno através de experiências amargas.”

O chefe diplomático da UE, Josep Borrell, sugeriu sanções contra Ancara, mas até agora a França – que enviou fragatas e aviões de combate para a região em apoio à Grécia – não conseguiu persuadir outras nações da UE a juntarem-se à sua resposta.

Michel advertiu Erdogan que “todas as medidas serão consideradas” na reunião deste mês, de acordo com um funcionário da UE.

Por sua vez, Erdogan disse que a abordagem da UE a esta questão seria “um teste de sinceridade” para o direito internacional e a paz regional, acrescentando que as medidas provocatórias tomadas por alguns políticos europeus não fomentariam uma solução, de acordo com a presidência turca.

À medida que a tensão aumentava, as forças armadas turcas começaram no domingo os exercícios anuais “Tempestade Mediterrânica” junto com os cipriotas do norte.

“As prioridades de segurança do nosso país e da República Turca do Norte de Chipre são indispensáveis”, disse no Twitter o vice-presidente turco Fuat Oktay, mencionando uma entidade que só Ancara reconhece.

Chipre está dividido entre o Sul cipriota grego – um estado membro da UE – e o Norte cipriota turco, em resultado da invasão turca em 1974, na sequência de um golpe que tinha como objetivo unir Chipre e Grécia.

// Lusa

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