Um homem de nacionalidade francesa morreu, esta terça-feira, depois de uma queda na Cascata do Tahiti na serra do Gerês, em Terras de Bouro. Foi mais um de vários acidentes no local e o autarca quer proibir os banhos.
O turista francês, com cerca de 50 anos, estava de férias em Portugal, e morreu durante uma caminhada na popular Cascata do Tahiti, localizada em Fecha de Barjas, na freguesia de Ermida em Vilar da Veiga, Terras de Bouro, no distrito de Braga.
Durante um passeio com a esposa e as duas filhas adolescentes, o homem desequilibrou-se num “trilho sinuoso e estreito”, “ao percorrer um penedo para aceder ao fundo da cascata” e “caiu ao veio de água que conduz ao designado poço do fundo, onde a força descendente da corrente e o alto caudal o deixaram submerso”, relata O Minho.
O Comando Sub-Regional do Cávado recebeu um alerta para o incidente pelas 11:15 horas de terça-feira. Foram deslocados 34 operacionais para o local do acidente, apoiados de 13 veículos. Contudo, não foi possível resgatar o homem com vida.
“Há muita irresponsabilidade” dos turistas
Os acidentes na Cascata do Tahiti são recorrentes e alguns têm sido mortais, como este que se registou agora. O autarca de Terras de Bouro, Manuel Tibo, já tem reforçado para a importância de melhorar as condições de segurança na zona.
Em Julho do ano passado, depois de mais um acidente, o autarca admitiu mesmo que quer proibir os banhos na Cascata do Tahiti, notando que se deve manter apenas “um local de visitação, que seja um miradouro de excelência arquitectónica, incluído na paisagem”.
“Não posso enterrar a cabeça na areia. Venho falando sobre isto, tenho falado com a tutela para que possamos criar um projecto, e vamos criá-lo”, salientou, na altura, o autarca, realçando a importância de criar “uma vedação” de protecção.
“É um local muito procurado, mas há muita irresponsabilidade por parte das pessoas que utilizam aquele espaço”, alertou também Manuel Tibo, frisando que, por isso, é preciso “ter a coragem para podermos sinalizar aquilo”.
A decisão de proibir a possibilidade de ir a banhos no local deve ser “concertada” com os particulares, donos dos terrenos envolventes, com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), explicou ainda Manuel Tibo.
O autarca admitiu que a decisão poderia ser tomada até este Verão, mas sem certezas.
“As cascatas têm tanto de bonitas, como de perigosas, mas há muitas pessoas que, desconhecendo o perigo, se aventuram, não calculando devidamente todos os riscos e às vezes dão-se as tragédias como esta”, refere ao O Minho um morador da zona, Paulo Salgado, lamentando que há “famílias com as crianças ao colo e chinelos de praia a descerem a penedia escorregadia”.
ZAP // Lusa