Quando os grandes tubarões brancos atacam humanos pode tratar-se de um caso de identidade equivocada.
Os surfistas são, muitas vezes, alvo de mordidas fatais de tubarões, “especialmente por parte de jovens tubarões brancos”, disse Laura Ryan, investigadora no Laboratório de Neurobiologia da Universidade Macquarie, em comunicado.
Nesta nova investigação, a equipa de cientistas descobriu que “os surfistas, os nadadores e os pinípedes (focas e leões marinhos) à superfície do oceano são indistinguíveis a um grande tubarão branco que olha de baixo para cima”, uma vez que estes tubarões “não conseguem ver detalhe ou cor”.
Segundo o Europa Press, a equipa comparou vídeos de flutuadores retangulares, focas e leões marinhos a nadar, humanos a nadar com diferentes movimentos e humanos a remar em pranchas de vários tamanhos num grande aquário no Jardim Zoológico de Taronga, com câmaras fixas e móveis apontadas para a superfície da água.
No Laboratório de Neurobiologia da Universidade Macquarie, os cientistas recorreram a dados neurocientíficos sobre tubarões para aplicar filtros às filmagens e, depois, criar programas de modelação para simular como um jovem grande tubarão branco processaria os movimentos e as formas dos diferentes objetos.
Os resultados foram esclarecedores: para um jovem grande tubarão branco, quando os humanos nadam e remam em pranchas de surf, parecem-se muito com focas e leões marinhos.
As pranchas mais pequenas são mais difíceis de distinguir dos pinípedes, pelo que podem representar presas mais tentadoras do que as pranchas longas.
Além disso, como é provável que a maioria dos tubarões sejam completamente daltónica, o principal sinal visual é a forma de silhueta. Por isso, as cores nas pranchas e nos fatos de mergulho podem não alterar as impressões dos animais sobre os humanos.
O artigo científico foi publicado, a 27 de outubro, no Journal of The Royal Society Interface.