Trump vai começar a desmantelar o ObamaCare no primeiro dia na Casa Branca

Michael Reynolds / EPA

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O Presidente eleito dos Estados Unidos vai iniciar a 20 de janeiro, o seu primeiro dia na Casa Branca, o desmantelamento da reforma da Saúde do seu antecessor, anunciou o vice-presidente eleito.

Mike Pence reuniu-se esta quarta-feira com congressistas republicanos no Capitólio para lhes transmitir a mensagem de que a primeira ação do novo Congresso, que iniciou sessão na terça-feira, deverá ser “revogar e substituir o ObamaCare”, como é conhecida a reforma na saúde do ainda Presidente dos Estados Unidos.

Em conferência de imprensa depois dessa reunião, o vice-presidente eleito precisou que Trump vai tomar decisões contra o ObamaCare desde o seu “primeiro dia” na Sala Oval, assinando várias ordens executivas.

Na mesma conferência de imprensa, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, sublinhou que, assim que se consiga revogar a lei da Saúde de Obama, é necessário garantir que haja uma “transição estável” para um novo sistema de saúde com “mais opções” e “mais liberdade”.

“Esta lei fracassou”, sentenciou Ryan sobre o ObamaCare, uma reforma promulgada em 2010, que estabelece a obrigatoriedade de se ter um seguro de saúde.

“Cuidem do povo norte-americano”, pede Obama

Do outro lado, Obama também esteve no Capitólio reunido com congressistas democratas com o objetivo de delinear uma estratégia para proteger a sua reforma da Saúde.

Segundo Josh Earnest, porta-voz da Presidência, Obama falou sobre as consequências “óbvias e tangíveis”, bem como “devastadoras”, que teria para os cidadãos de todo o país desmantelar o ObamaCare, sobretudo para os mais de 20 milhões de pessoas que passaram a ter acesso à cobertura de um seguro de saúde graças a essa lei.

Revogar o ObamaCare “não é uma melhoria”, alertou o porta-voz, depois de referir que o próprio Presidente reconheceu que a lei não é perfeita mas também nunca encontrou “vontade política” entre os republicanos para corrigir as suas debilidades.

Apesar da insistência dos jornalistas, o ainda chefe de Estado não fez declarações ao abandonar o Capitólio, tendo apenas dito que a sua mensagem para os democratas foi: “Cuidem do povo norte-americano”.

Depois da reunião com o Presidente, os principais responsáveis democratas do Congresso participaram numa conferência de imprensa para discutir a questão.

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, frisou que a consequência de derrogar o ObamaCare será “voltar a pôr o país doente” e não “torná-lo grande”, como dizia o lema de campanha do atual Presidente eleito.

Por sua vez, a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, declarou que os cuidados de saúde “são um direito, não um privilégio” e que Obama lhes perguntou se estão “preparados” para lutar pelo ObamaCare no Congresso.

Guterres já falou com Trump

Na conferência de imprensa diária, um porta-voz do secretário-geral da ONU indicou que o contacto telefónico “de apresentação” permitiu a Trump e Guterres manterem uma “discussão muito positiva” sobre as relações entre as Nações Unidas e os EUA.

“O secretário-geral disse que espera estabelecer outra conversa com o Presidente” logo que assuma o cargo, acrescentou o porta-voz, Farhan Haq.

No decurso de uma conversa telefónica com jornalistas, Sean Spicer, o porta-voz de Trump, disse por sua vez que os Estados Unidos pretendem uma “reforma” nas Nações Unidas para que a organização seja “mais eficiente”, precisou a agência noticiosa Efe.

A 28 de dezembro, o Presidente eleito afirmou na Flórida, onde passou o Natal, que a ONU “não está à altura” do seu potencial e que “provoca problemas em vez de os resolver”.

Dias antes, tinha já considerado na sua conta do Twitter que, apesar do seu “grande potencial”, a ONU se tornou “apenas um clube para as pessoas se juntarem, conversarem e passarem um bom bocado”. “Tão triste!”, acrescentou.

ZAP // Lusa

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