Trump forçado a doar dois milhões em acordo judicial por uso indevido da sua fundação

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Michael Reynolds / EPA

Uma juíza do estado de Nova Iorque ordenou o Presidente Donald Trump a distribuir cerca de dois milhões de dólares por várias organizações sem fins lucrativos, como resultado de um acordo judicial a propósito do uso indevido de fundos da sua fundação, dissolvida em dezembro de 2018.

Segundo revelou a Associated Press, citada pelo Observador, a juíza, Saliann Scarpulla, decidiu aplicar a multa de 1,8 milhões de dólares (cerca de 1,6 milhões de euros) depois de o próprio Presidente ter admitido uma série de episódios de má conduta à frente da fundação, na sequência de um processo judicial aberto pela procuradoria de Nova Iorque.

Na acusação, a que o Washington Post teve acesso, lê-se que a Fundação Donald J. Trump teria tido uma “conduta persistentemente ilegal”. Numa declaração assinada pelo advogado do Presidente, este admite não ter tido uma supervisão adequada das ações da Fundação e aponta sete incidentes em que os fundos do organismo foram utilizados indevidamente.

Entre eles, contam-se incidentes em que o dinheiro da fundação não foi usado para fins beneméritos, mas para promover interesses pessoais de Donald Trump, como uma recolha de fundos relacionada com a sua campanha presidencial, pagamento de acordos judiciais relacionados com outras das suas empresas (como um dos seus clubes de golfe ou o seu resort em Mar-A-Lago) ou até a compra de um retrato seu no valor de dez mil dólares, que foi depois exposto num dos seus hotéis, na Florida, de acordo com o New York Times.

A fundação acabou por fechar portas em dezembro de 2018, seis meses após a procuradoria de Nova Iorque ter aberto a investigação. Na decisão desta quarta-feira, a juíza Saliann Scarpulla afirmou que Donald Trump “quebrou o seu dever fiduciário” ao usar a fundação para promover a sua carreira e os seus interesses.

Os três filhos mais velhos do Presidente (Ivanka, Donald Jr. e Eric Trump) também foram inicialmente acusados, por fazerem parte do conselho da fundação, que tinha como objetivo supervisionar as ações da instituição, mas que não se reuniu uma única vez entre 1999 e 2018, como apontou o Washington Post. Os três foram obrigados a fazer uma formação sobre os deveres de um membro de conselho, mas não foram condenados.

Em junho de 2018, o Presidente tinha garantido no Twitter que não iria aceitar nenhum entendimento em tribunal, por considerar que a acusação tinha motivações políticas. “Não vou chegar a acordo neste caso!”, prometeu.

ZAP //

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