Donald Trump volta a acusar Google de o prejudicar e diz que vai vigiar a empresa

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Jim Lo Scalzo / EPA

O Presidente dos EUA, Donald Trump

O Presidente norte-americano Donald Trump acusou a Google de o prejudicar deliberadamente através da seleção de notícias que apresenta nas suas plataformas, afirmando que irá vigiar o comportamento da empresa.

Foi uma entrevista a um antigo funcionário da Google no canal conservador Fox News que motivou Donald Trump a escrever na terça-feira uma série de mensagens no Twitter, em que retoma acusações que já tinha feito noutras ocasiões, noticiou o Público na terça-feira.

Nas mensagens, Donald Trump referiu ainda uma reunião com o presidente da Google, Sundar Pichai, que terá ido à Casa Branca assegurar que a empresa não tem planos para favorecer os seus rivais políticos.

O Presidente norte-americano não especificou se esta foi uma reunião recente, ou se a conversa terá acontecido durante encontros anteriores que os executivos das grandes tecnológicas tiveram com Donald Trump.

“[Sundar Pichai] da Google esteve na Sala Oval a esforçar-se muito para explicar o quanto gostava de mim, o grande trabalho que a Administração está a fazer, e que a Google não esteve envolvido com militares chineses, que não ajudou a Hillary Corrupta nas Eleições de 2016, e que eles NÃO estão a planear subverter ilegalmente as eleições de 2020, apesar de tudo o que tem sido dito em contrário”, afirmou, em duas publicações consecutivas.

De seguida, referiu um antigo engenheiro da Google, despedido em 2018 e que tem sido alvo de cobertura mediática nos Estados Unidos (EUA) por afirmar que a empresa é intolerante em relação a funcionários conservadores e de direita: “Tudo parecia bem até eu ter visto Kevin Cernekee, um engenheiro da Google, a dizer coisas terríveis sobre o que eles fizeram em 2016 e que eles querem ‘garantir que o Trump perde em 2020′”.

Kevin Cernekee tinha sido entrevistado na Fox News e foi recentemente tema de um artigo no Wall Street Journal. À imprensa americana, a Google afirmou que as declarações do antigo funcionário são falsas.

Já numa terceira publicação no Twitter, na qual se enganou a escrever o próprio nome, o Presidente norte-americano afirmou que a Google “suprimiu histórias negativas sobre a Hillary Clinton, e amplificou histórias negativas sobre Donald Ttump [sic]”. “Tudo muito ilegal. Estamos a vigiar a Google muito de perto!”, concluiu.

Em agosto do ano passado, o Presidente disse que os resultados no Google de uma busca por “Trump news” mostravam menos notícias de sites de direita e conservadores. Na altura, a Casa Branca afirmou que iria fazer uma análise às práticas da Google (cujos resultados das pesquisas variam consoante os utilizadores).

O posicionamento político das empresas de tecnologia tem sido debatido nos EUA, sobretudo desde que, na sequência das presidenciais de 2016, surgiu a preocupação com a capacidade das plataformas online para influenciarem opiniões.

Recentemente, David Marcus, um executivo de topo do Facebook, foi ouvido no Congresso, a propósito da moeda digital libra. Um congressista republicano questionou se o Facebook deixaria que a moeda fosse usada para fins contrários às ideias de “um local extremamente de esquerda” como Silicon Valley, dando como exemplo a compra de armas. David Marcus respondeu que a empresa acolhia ideias de todo o espetro político.

Já no início de 2018, um outro engenheiro da Google que fora despedido meses antes tinha recorrido à justiça para se queixar de que a empresa discrimina negativamente homens brancos e conservadores.

TP, ZAP //

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