Trump afirmou que 5000 pessoas mortas votaram na Geórgia. Na realidade, foram só quatro

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A alegação de Trump foi uma das muitas fez sobre a suposta fraude eleitoral nas presidenciais de 2020, que foram vencidas por Joe Biden.

Numa tentativa de retratar a vitória de Joe Biden no estado como fraudulenta, Donald Trump afirmou que 5000 pessoas mortas votaram na Geórgia — mas a sua matemática falhou por 4996 eleitores.

De acordo com o jornal local Atlanta Journal-Constitution, as autoridades do estado afirmaram que identificaram apenas quatro casos de pessoas mortas cujas famílias submeteram votos na mesma. Todos os envolvidos nesta fraude podem agora ser multados pelo estado.

Num dos casos relatado pelo jornal, uma viúva submeteu um voto por correio em nome do seu marido depois deste ter morrido em Setembro, dois meses antes das presidenciais que ocorreram em Novembro.

O advogado da mulher de 74 anos terá dito às autoridades que o marido da viúva ia votar nos Republicanos e a mulher terá brincado que ia cancelar o voto dele porque ela ia votar nos Democratas. Após a sua morte, a mulher decidiu votar em nome do marido e cumprir o seu desejo, mas agora percebe que não o devia ter feito.

Mesmo que as afirmações de Donald Trump fossem verdadeiras, o ex-Presidente continuaria a perder o estado, já que Biden o venceu por 12 mil votos. A Geórgia é um chamado estado roxo, um dos decisivos que oscila entre os dois partidos, mas nos últimos anos estava a cair mais para o lado dos Republicanos. Trump foi o primeiro candidato Republicano a perder a Geórgia desde 1992.

A acusação de Trump foi feita na chamada que fez com o Secretário de Estado da Geórgia, o Republicano Brad Raffensperger, onde lhe pediu para “encontrar” votos suficientes para lhe dar a vitória

“Então, pessoas mortas votaram e acho que o número está perto de 5000 pessoas. Eles foram aos obituários. Recorreram a todo o tipo de métodos para terem um número preciso e o mínimo é perto de 5000 eleitores”, disse Trump, que também afirmou que 18 mil mortos votaram no Michigan.

Na altura, Raffensperger corrigiu o Presidente, dizendo que o número de casos de pessoas mortas cujos votos foram contabilizados era apenas dois. Mark Meadows, chefe de gabinete de Trump, prometeu ao político da Geórgia que o número “era muito maior” do que dois.

Raffensperger recusou ajudar Trump, o que levou a que fosse alvo de ameaças dos seus apoiantes. A chamada também deixou Trump em maus lençóis com a justiça e a ser investigado sobre se quebrou a lei eleitoral ao tentar pressionar Raffensperger.

Adriana Peixoto, ZAP //

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