Muito frio, pouco público no Estádio do Dragão e um FC Porto a meio-gás, que chegou e sobrou para garantir uma vitória por 2-0, tão natural como vital nas contas da Liga Europa.
Longe de deslumbrar, a turma de Vítor Bruno dominou por completo as operações frente a um Midtjylland que – salvo uma ou outra excepção – raramente ameaçou.
Os bocejos terão sido uma constante, sobretudo numa primeira em que, apesar de muito rematar, o Porto pouco perigo criou.
Namaso deu uma cabeçada (feliz) na monotonia e abriu o activo a meio da primeira parte. Na segunda os “dragões” começaram por acelerar um pouco mais, chegaram ao 2-0, por Samu, a passe de Pepê, e ameaçaram o terceiro, mas aos poucos os bocejos (e os assobios) voltaram e duraram até ao fim.
O Porto mandou quase por completo nuns primeiros 45 minutos monótonos e em que escassearam os motivos de interesse.
Com Galeno como lateral na esquerda e Francisco Moura no banco, os “dragões” não criaram muitos lances de perigo, apesar de terem rematado por nove vezes (três delas por Fábio Vieira) e terminado o primeiro tempo com 64% de posse de bola e 17 acções na grande área contrária.
Namaso marcou num cabeceamento feliz (desviado por um adversário para o fundo das redes) após cruzamento de Eustáquio e Pepê ameaçou o 2-0 num grande remate à beira do intervalo, mas pelo meio a turma de Vítor Bruno não se livrou de um susto, valendo Diogo Costa a negar um “golo feito” ao adversário, quando Buksa surgiu isolado na sua cara.
O domínio do Porto prosseguiu no arranque do segundo tempo, com os azuis-e-brancos a colocarem um pouco mais de velocidade no seu jogo e a lograrem várias recuperações de bola no último terço.
O segundo golo surgiu com naturalidade. Grande lance de Fábio Vieira a desmarcar Pepê na área, com o brasileiro a tocar para o lado, onde Samu só teve de encostar. O espanhol já leva cinco golos nesta Liga Europa e ficou perto do sexto logo depois, negado pelo guarda-redes forasteiro.
Mas a partir daí o Porto voltou a baixar a intensidade, com os minutos a passarem e um adormecimento geral dos “dragões” a permitir mesmo ao Midtjylland colocar a bola no fundo das redes da baliza de Diogo Costa. O golo foi anulado depois pelo VAR, mas os (poucos) adeptos no Dragão fizeram questão de assobiar.
O Jogo em 5 Factos
1. Passes longos compensaram
O Porto terminou o encontro com um novo máximo da equipa nesta Liga Europa no que toca a passes longos tentados (56) e completados (40), alguns deles determinantes, como o de Fábio Vieira que permitiu a Pepê assistir Samu para o 2-0.
2. Muitas acções na grande área contrária
Frente a um adversário que se mostrou permissivo, o Porto chegou muitas vezes com bola dentro da grande área contrária. Os “dragões” totalizaram 30 acções na grande área adversária, terminando o jogo com sete remates enquadrados.
3. Porto pressionou alto
O Porto conseguiu um novo máximo da equipa nesta Liga Europa no que toca às acções defensivas no meio-campo adversário: foram 15, com a equipa de Vítor Bruno a pressionar alto e a impedir que o Midtjylland saísse com a bola controlada a partir da sua defesa.
4. Dinamarqueses só com um remate no alvo
O Midtjylland não criou muitos sobressaltos à defesa do Porto. Só fez cinco remates e apenas um deles levou a direcção da baliza, valendo aí Diego Costa ao Porto, com uma excelente mancha. A turma dinamarquesa ainda não tinha rematado tão pouco nesta Liga Europa.
5. Novo máximo de passes progressivos
Num jogo em que quebrou vários dos seus máximos na prova até ao momento, o Porto terminou o encontro com 11 passes super-progressivos, rasgando por várias vezes a defesa contrária. Destaque para Galeno e Eustaquio, com três cada.
Melhor em Campo
Wenderson Galeno talvez a maior surpresa no “onze” inicial de Vítor Bruno, que deixou Francisco Moura no banco e apostou no brasileiro para lateral-esquerdo, e este acabou por corresponder com uma exibição consistente, sobretudo no capítulo defensivo, sendo mesmo o jogador com mais desarmes, mais intercepções e mais recuperações de bola no encontro.
A nível ofensivo não esteve tão em evidência como noutros jogos, mas destacou-se ainda pelo elevado número de passes progressivos.
Resumo
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