O suspeito ficou em prisão preventiva e vai ser sujeito a uma avaliação psiquiátrica. A sua casa foi vandalizada na última madrugada pelo mesmo grupo que já tinha incendiado os carros da sua família.
A casa de Fernando Silva, suspeito do triplo homicídio na barbearia Granda Pente no Bairro do Vale, em Lisboa, foi alvo de vandalismo na última quinta-feira.
Um grupo de indivíduos encapuzados, que anteriormente já tinha incendiado os carros da família do suspeito, destruiu a fechadura da porta da residência e vandalizou a residência. O ataque ocorreu após a saída da polícia do local, segundo avança o Correio da Manhã.
A residência onde Fernando Silva vivia com a família estaria a ser ocupada ilegalmente. O grupo de encapuzados já tinha ameaçado atacar a casa e cumpriu a promessa na última madrugada, atacando também a casa do seu pai, situada no mesmo prédio.
Recorde-se que a 2 de outubro, três pessoas morreram na sequência de disparos, presenciados por testemunhas, tendo o suspeito do crime fugido do local. As vítimas foram o proprietário da barbearia, de 43 anos, que deixa cinco filhos, e um casal, de 34 e 36 anos, residente na zona de Alenquer, que na altura se encontrava junto ao estabelecimento. A mulher tinha dois filhos e encontrava-se grávida de um terceiro.
O suspeito do triplo homicídio, morador naquele bairro da freguesia da Penha de França e com historial de desavenças com a vizinhança, fugiu na altura do crime com o pai e o irmão e refugiou-se num bairro do Pinhal Novo, onde foi localizado e cercado pela polícia, acabando por se entregar com a ajuda de familiares.
O objetivo dos atos de vandalismo parece ser impedir que tanto Fernando como o pai tenham uma casa para onde regressar. Até ao momento, não foram efetuadas detenções relacionadas com o vandalismo, mas as autoridades reforçaram a vigilância na área para evitar futuros incidentes.
Suspeito fica em prisão preventiva
O suspeito ficou em prisão preventiva após interrogatório judicial, confirmou à agência Lusa fonte da Polícia Judiciária esta quinta-feira.
Fernando Silva foi detido na quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) no Pinhal Novo, concelho de Palmela, distrito de Setúbal, numa ação que teve a colaboração de familiares do agressor, de 33 anos, para o localizar.
Em comunicado, a PJ realçou que, “desde o primeiro momento em que os factos” lhe foram comunicados, se “desencadeou um trabalho incessante de investigação e de recolha de informação que conduziu à localização do suspeito”, no âmbito de um inquérito titulado pelo DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Lisboa.
O advogado do suspeito disse que Fernando Silva, de 33 anos, sofre de uma doença mental. “Sei que ele está doente. É do conhecimento público que ele andava no Hospital Júlio de Matos”, afirmou Luís Candeias, que alega que o cliente fugiu porque “se ele não fugisse era executado”. O advogado garante ainda que foi Fernando quem tomou a decisão de se entregar à polícia e de confessar os crimes.
A juíza de instrução criminal nota que o suspeito “poderá sofrer de problemas psiquiátricos” e que deve ser feita uma “avaliação da situação psiquiátrica“. O despacho imputa ao arguido três crimes de homicídio qualificado agravado, um crime de homicídio qualificado agravado na forma tentada e um crime de detenção de arma proibida.
ZAP // Lusa