Tribunal europeu autoriza hospital britânico a retirar o suporte de vida a bebé. Pais recusam

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O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos rejeitou um recurso da família de Alta Fixsler, uma bebé de dois anos, que não come ou respira sozinha, autorizando o Manchester University NHS Foundation Trust a retirar-lhe o suporte de vida.

Segundo noticiou o Guardian, os pais querem levá-la para os Estados Unidos (EUA), país que já emitiu o visto, mas o tribunal sublinhou que o melhor é retirar o suporte de vida. De acordo com os advogados da família, os pais, judeus ultraortodoxos, “só querem explorar todas as opções para tentarem salvar a vida da sua filha”.

Alta sofreu uma lesão cerebral à nascença, com os médicos a declarar que não tem perspetivas de recuperação e está em sofrimento constante, aconselhando a desligar as máquinas de suporte de vida e colocá-la em cuidados paliativos. Os pais defendem que isso atenta contra as suas crenças religiosas e invocam o direito a decidir sobre a filha.

Numa carta enviada à família na segunda-feira, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos informou que rejeitava o recurso e concordou com a decisão do tribunal britânico. Os EUA e Israel já se ofereceram para acolher Alta e a família.

“Na cultura judaica, a pessoa torna-se um membro da fé na concepção e a religião de Alta proíbe a retirada dos cuidados que salvam vidas”, disse David Foster, da firma de advogados Moore Barlow.

“Acreditamos também que foi dado um peso excessivo a ‘causar dor’ como um factor na decisão. Argumentamos que Alta não sentiria mais ou menos dor ao ser transportada para um hospital em Israel do que se estivesse deitada numa cama em Manchester – mas a sua hipótese de tratamento posterior foi-lhe negada”, acrescentou.

Dominic Wilkinson, pediatra e diretor de ética médica da Universidade de Oxford, indicou à BBC Radio 4 que “a medicina já não a pode ajudar [Alta]”. “Mantê-la viva em máquinas num estado de dor consistente (…) com a perspetiva de continuar naquilo que [os médicos] descrevem como um estado de perpétuo silêncio e escuridão, é prejudicá-la”.

Taísa Pagno //

1 Comment

  1. A decisão, do tribunal europeu dos direitos do homem, está errada. Enquanto há sinais de vida num ser humano, a que ter esperança em mante-la viva e na recuperação do ser humano em causa. Não se pode tirar a vida a um ser humano só porque está a sofre. Quem salva uma vida, salva o Mundo. Temos que ser fortes e lutar.

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