A Directora de Psiquiatria do Hospital de Beja nem queria acreditar quando recebeu do tribunal da cidade uma solicitação para realizar uma perícia médico-legal psiquiátrica a um morto. “Obviamente, não é possível”, foi a resposta.
Ana Matos Pires, Directora de Psiquiatria do Hospital de Beja, contou o insólito episódio no seu perfil do Facebook, relata o Diário de Notícias.
“Ó pá, ó pá, ó pá, esta nunca me tinha acontecido. Um ofício de um tribunal a perguntar-me se será possível ir fazer uma avaliação pericial psiquiátrica a… um morto“, escreveu a psiquiatra na rede social, citada pelo DN.
O jornal refere que está em causa um processo de contestação judicial de uma herança, sendo que a notificação enviada ao hospital indicava que a perícia poderia ser feita na campa do falecido, no respectivo cemitério.
O objectivo do Tribunal era apurar se o morto, falecido em 2016, estaria na posse de todas as suas faculdades mentais aquando da elaboração do seu testamento.
“Obviamente, não é possível”, foi a resposta da psiquiatra enviada ao tribunal.
Entretanto, na reacção à publicação da Directora de Psiquiatria, surgem vários comentários que brincam com a situação caricata. “Doente pouco comunicativo, mora em isolamento em local de difícil acesso, não colaborou com avaliação”, eis um desses comentários referidos pelo DN, em jeito de análise possível a enviar ao tribunal.
“Sociopata/Cadáver? A reavaliar a outro tempo se houver alteração no comportamento actual”, diz outro utilizador.
“Recomendação ao tribunal: de momento não parece representar um perigo para si ou para terceiros”, conclui ainda outro comentário.
Certo é que a impossibilidade lógica da perícia psiquiátrica poupou ao Ministério da Justiça cerca de 400 euros, o valor que custaria o exame.
Acho muito bem que os mortos façam exames psiquiátricos. Também não votam?
No comment!!!
Tanta inteligência nesse tribunal, que até me ofuscou, será que não deveriam mandar TODOS os funcionarios desse tribunal, plantar batatas?
Quem deveriam fazer um exame psicologico, era o juiz que ordenou e os funcionarios que promoveram, será que são extraterrestes ou loucos?