Técnica consiste em substituir células danificadas por células saudáveis criadas através de células estaminais.
Uma equipa médica do Hospital Universitário de Escânia, na Suécia, realizou com sucesso o transplante de células estaminais num paciente com Parkinson, o que é vista como uma esperança de cura no tratamento da doença. De facto, o procedimento foi descrito como um “grande avanço“, por parte de investigadores da Universidade de Lund, responsáveis pelo seu desenvolvimento.
Os cientistas desenvolveram um produto de transplante com recurso a células estaminais embrionárias. Este serve como um substituto para as células nervosas dopaminérgicas que os doentes com Parkinson tendem a perder à medida que a doença avança. O transplante efetuada corresponde apenas ao primeiro de oito que estão previstos.
“Trata-se de um marco importante no caminho para uma terapia celular que pode ser usada para tratar doentes com a doença de Parkinson. O transplante foi concluído como planeado e a localização correta do implante foi confirmada por uma imagem de ressonância magnética”, explicou fonte da equipa.
O paciente em causa teve alta hospitalar, com Gesine Paul-Visse, neurologista, professor universitário e investigador que liderou o estudo, a garantir que que um acompanhamento próximo será feito.
De acordo com o Study Finds, cerca de oito milhões de pessoas em todo o mundo vivem com a doença de Parkinson em todo o mundo. A principal consequência da doença é a perda de células nervosas dopaminérgicas profundas no cérebro, o que resulta em problemas no controlo de movimentos, como os tremores nas mãos.
A medicação atualmente disponível substitui a dopamina perdida, mas, com o tempo, o efeito tende a perder-se e os efeitos secundários superiorizam-se aos restantes. Atualmente, não há tratamentos capazes de reparar as estruturas danificadas no cérebro ou substituir as células nervosas perdidas.
Neste novo tratamento, as células danificadas são substituídas por células saudáveis criadas por células estaminais. Durante o processo, os cientistas submeteram o produto celular a rigorosos testes pré-clínicos. A expectativa é que, após o transplante, as células amadureçam e resultem em novas e saudáveis células nervosas, capazes de produzir dopamina.
“Com este ensaio clínico, esperamos demonstrar que os produtos celulares funcionam da forma esperada nos pacientes. Com o tempo, tal prática deve criar oportunidades para ajudar muitos mais pacientes no futuro”, antecipou Malin Parmar, professor da Universidade de Lund. Ainda assim, a equipa destaca que é essencial a realização de mais testes antes de se passar de um contexto de ensaio clínico para tratamento global, conferido à população.
Ao todo, oito pacientes da Suécia e do Reino Unido serão submetidos a este transplante no Hospital Universitário de Skåne, que conta com uma longa tradição neste tipo de cirurgia. Todos os pacientes no ensaio vivem com Parkinson pelo menos há década e equipa considerou que cada um deles se encontrava numa fase moderada no avanço da doença.