Cientistas traduziram a linguagem de chimpanzés pela primeira vez

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Adrian Soldati

Cientistas descobriram que os chimpanzés recorrem a sintaxe e produzem sons específicos para expressar significado.

Embora nós, humanos, sejamos capazes de estabelecer uma comunicação verbal, por vezes, através de meros gestos ou expressões faciais conseguimos passar uma mensagem. Uma equipa de investigadores procurou saber se os chimpanzés, uns dos nossos parentes mais próximos, também eram capazes deste nível de comunicação.

Os cientistas estão agora um passo mais perto de descodificar as linguagens que animais como os chimpanzés usam para comunicar. Os autores descobriram que os chimpanzés selvagens do Uganda podem ter a sua própria linguagem primitiva, de acordo com o All That’s Interesting.

Segundo o novo estudo, os chimpanzés têm palavras específicas, ou ruídos, que significam diferentes palavras humanas e podem mesmo ser combinadas para formar uma espécie de frase. Os resultados foram recentemente publicados na conceituada revista científica Nature.

Para testar a sua teoria, os cientistas usaram cobras falsas, amarradas por uma linha de pesca, que usaram para registar as reações dos primatas. De seguida, reproduziram sons em diferentes ordens para avaliar qual deles provocava uma reação mais forte.

Os investigadores observaram que os chimpanzés têm a sua própria linguagem e até as suas próprias “palavras” para coisas como surpresa/perigo ou “vem depressa”. Ao verem a cobra falsa, os chimpanzés alertavam os seus pares, combinando diferentes ruídos para comunicar com os outros primatas.

Aparentemente, os chimpanzés compreendem a ordem das palavras e reagem de acordo com o som que surge em primeiro lugar numa sequência.

Os autores do novo estudo sugerem, em vez de terem tido origem nos seres humanos, “os blocos de construção cognitiva que facilitam a sintaxe podem ter estado presentes no nosso último antepassado comum com os chimpanzés”.

“Os humanos e os chimpanzés partilharam pela última vez um antepassado comum há cerca de 6 milhões de anos. Os nossos dados indicam, portanto, que a capacidade de combinar vocalizações significativas tem, potencialmente, pelo menos 6 milhões de anos, se não for mais antiga”, explicou o autor principal do estudo e professor da Universidade de Zurique, Simon Townsend, num comunicado divulgado pelo site EurekAlert.

Daniel Costa, ZAP //

3 Comments

  1. Deveras fascinante com mais hipóteses relativas à origem da linguagem humana, proveniente em parte de humanóides e desenvolvida em humanos …?

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