Tomar a pílula oferece às mulheres uma proteção contra o cancro no útero maior do que se pensava, de acordo com um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Os investigadores estimam que nas últimas cinco décadas a pílula “salvou” do cancro cerca de 400 mil mulheres que tomaram o medicamento na sua juventude.
“O forte efeito de proteção dos contracetivos orais contra o cancro endometrial – que persiste durante décadas após a paragem da ingestão – significa que as mulheres que os tomam nos seus vintes ou até mais novas continuam a beneficiar do efeito protetor até aos seus cinquentas ou mais velhas, quando o cancro se torna mais comum”, sublinhou em comunicado Valerie Beral, principal autora do estudo publicado na The Lancet Oncology.
Uma grande quantidade de informação foi analisada neste âmbito, com cerca de 36 estudos contendo dados de 27.276 mulheres com cancro do útero.
Nas conclusões, a equipa de Beral destaca ainda que por cada cinco anos de toma da pílula, a mulher vê reduzida em 25% a probabilidade de vir a contrair cancro do útero.
Os investigadores indicam que nos países com maiores rendimentos tomar a pílula durante dez anos reduz – de dois terços para apenas um terço – o risco de contrair este tipo de cancro para as mulheres com idade inferior a 75 anos.
“As pessoas temiam que a pílula causava cancro. Mas no final de contas, a longo prazo, tomar a pílula reduz o risco de ter cancro”, refere a especialista.
Uma consideração dos peritos do National Cancer Institute dos EUA acerca deste estudo destaca que a descoberta, com base em estatísticas, deverá ser levada em conta na descrição geral do que sabemos sobre os riscos e os benefícios de tomar a pílula:
“Ainda que os mecanismos biológicos permaneçam por decifrar, e ainda que faltem as provas necessárias para que justifique receitar a toma da pílula como prevenção do cancro, as mulheres devem estar cientes dos benefícios não intencionais e dos riscos dos contracetivos orais, para que possam tomar decisões bem informadas”.
E não aumentaram o risco de trombose?