A agência norte-americana usava vassouras para detectar fugas de hidrogénio, dado que a sua chama é practicamente invisível. Se a vassoura começasse a arder, era prova de que o gás tinha vazado.
Quando pensamos em objectos usados em grandes avanços científicos na NASA, provavelmente imaginamos foguetões, satélites ou telescópios espaciais. Mas durante décadas, as vassouras foram as protagonistas da solução para um problema muito particular enfrentado pelos cientistas da agência espacial norte-americana.
O problema em causa é o facto de hidrogénio arder com uma chama azul clara que é practicamente invisível durante o dia. O hidrogénio é altamente inflamável e pode facilmente ser libertado em pequenas fugas, que podem causar incêndios.
“Isto torna-o um perigo, dado que o elemento é altamente inflamável, até ao ponto em que as fugas de alta pressão combinada podem causar a combustão. Como resultado, detectar as fugas é uma prioridade importante, mas também é um desafio, já que o gás e a sua chama não têm odor ou cor“, explicou a NASA em 2015.
Foi para resolver este problema que as vassouras entram em acção. Desde as missões Apollo nos anos 70 que os cientistas usavam vassouras para detectar fugas de hidrogénio, relata o IFLScience.
“Dados estes riscos, imaginem a tarefa de ter de monotorizar o hidrogénio líquido à medida que este flui ao longo de tubos de vários quilómetros, que era o que a NASA tinha de fazer na preparação dos lançamentos do Shuttle, quando centenas de milhares de litros eram transferidos de um tanque na plataforma de lançamento”, continua o comunicado.
Por esta razão, as possíveis chamas originadas pelas fugas recorrendo ao “teste da vassoura”, que obrigava os funcionários a pegar numa vassoura e a andar “com a cabeça esticada à sua frente”. Se a cabeça da vassoura começasse a arder, aí estava a confirmação de que tinha havido uma fuga.
Este método foi usado durante décadas e até foi aplicado por bombeiros que tivessem de responder a incêndios de hidrogénio, apesar de ser perigoso devido ao vento. No entanto, já há muitos anos a NASA recorre a soluções menos divertidas para detectar as fugas — inicialmente usou sensores ultravioleta para detectar as chamas e desde 2003 que criou uma fita que muda de cor quando está exposta ao hidrogénio.