O ministro da Justiça belga, Koen Geens, lamentou esta segunda-feira, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, que a Bélgica não tenha recebido, na mesma medida, a cooperação que deu, a nível do terrorismo.
“Tínhamos avisado há muito tempo, ainda antes do ataque ao museu judaico em maio de 2014. E o terrorista não era belga, e as vítimas também não eram belgas. Infelizmente, não tivemos a mesma cooperação”, afirmou Koen Geens aos eurodeputados da comissão de Liberdades Civis e de Assuntos Internos e da Justiça.
Para contrariar o que chamou de “insultos”, numa referência às críticas à Bélgica face aos atentados de 22 de março, Geens assumiu “alguns erros”, mas lembrou que “dois terroristas foram mortos em Verviers em janeiro de 2015 e houve desmantelamento de células terroristas.
Além dos alertas quanto a combatentes estrangeiros, o governante lembrou que até 2014 foram realizadas, por ano, oito condenações de terrorismo.
“Em 2014 foram feitas 55. Em 2015, houve 115 condenados no tribunal, o que comparando com o número de habitantes da Bélgica mostra a prioridade na investigação ao terrorismo”, argumentou Geens para quem “há muito para fazer”, nomeadamente a nível da troca de informações.
O ministro notou aspetos comuns entre os ataques de novembro de Paris e os de março em Bruxelas, considerando que os envolvidos “ao partilharem, pelo menos a mesma língua, se juntaram”.
“Estavam a preparar-se para executar ataques noutros sítios, mas a prisão de Salah Abdeslam fê-los atacar Bruxelas, utilizando os explosivos que já tinham”, disse.