Um terço dos médicos estrangeiros saiu do SNS desde 2019

O número de médicos estrangeiros no SNS terá caído devido à pandemia, com muitos profissionais a voltar para os seus países.

Há atualmente 1289 médicos estrangeiros a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma quebra de 30% relativamente aos 1840 registados em 2019, segundo os valores da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Não há uma explicação oficial para este fenómeno, mas a razão será a pandemia, com os médicos a voltar para os seus países de origem. A redução abrupta deu-se em 2020, com o número a cair para 1256. Em 2021 houve uma recuperação para 1263.

Apenas 28% destes profissionais de saúde estrangeiros estão inscritos na Ordem dos Médicos – 4548. A maioria destes médicos tem nacionalidade espanhola ou brasileira, num total de 73 países, relata o JN.

Miguel Guimarães considera que é preciso “criar condições” para que o SNS seja mais atrativo para os médicos, independentemente da sua nacionalidade.

“Se vierem médicos estrangeiros, podem ser contratados para fazer tarefas ou pelo SNS”, mas isso “nunca vai resolver o problema de fundo porque esse é grave”. “Nós resolvemos os problemas do SNS no dia em que o Governo valorizar o trabalho dos médicos e fizer a revisão da carreira, nomeadamente em termos da flexibilidade de horário. No fundo, criar condições atrativas para médicos portugueses ou estrangeiros ficarem no SNS”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.

Começa hoje o processo de reconhecimento de competências nas faculdades de Medicina portuguesas para médicos estrangeiros formados fora da União Europeia, um passo fundamental para que possam exercer em Portugal. Sete das oito escolas que compõem o Conselho das Escolas Médicas Portuguesas avançam que há 900 candidatos.

Já os médicos que se formaram em países da União Europeia ou com acordos bilaterais com Portugal podem pedir logo a inscrição na Ordem dos Médicos, tendo só de passar numa prova de comunicação.

ZAP //

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