Um terço das escolas com manuais digitais desistiu do projeto

No último ano letivo, o projeto abrangiu um pico de 24 mil estudantes, mas este ano apenas 13 700 alunos vão participar. A quebra deve-se maioritariamente à escolha das escolas.

O número de escolas e alunos envolvidos no projeto-piloto de manuais digitais em Portugal sofreu uma redução significativa este ano letivo, com 34 escolas a abandonarem a iniciativa. O projeto, que teve início em 2020/2021 no âmbito do Plano de Ação para a Transição Digital, tinha crescido anualmente, mas agora será limitado a 80 agrupamentos, uma redução de 23 em comparação com o ano passado.

De acordo com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), esta diminuição deve-se à decisão voluntária de algumas escolas de abandonar o projeto ou reduzir o número de alunos envolvidos. Além disso, o Ministério restringiu a adesão de novas turmas do 1.º ciclo e do ensino secundário, com o objetivo de avaliar o impacto dos manuais digitais nas aprendizagens e comparar os resultados com os de alunos que utilizam materiais tradicionais.

O projeto, que abrange os três ciclos do ensino básico e secundário, teve um início modesto, com apenas nove agrupamentos escolares e 1050 alunos em 2020. No ano letivo passado, atingiu um pico de 24 mil estudantes, mas o número será reduzido para cerca de 13 700 alunos este ano, explica o Público.

A adoção dos manuais digitais tem gerado debates na comunidade educativa. Um dos pontos de preocupação é a falta de infraestruturas adequadas, como computadores e acesso à internet, que criam desigualdades entre os alunos.

Além disso, um movimento intitulado “Menos Ecrãs, Mais Vida” promoveu uma petição contra o uso de manuais digitais, alegando que eles prejudicam a capacidade de leitura e retenção de conhecimento.

A discussão sobre a utilização de manuais digitais nas escolas tem eco internacional, com países como a Suécia e a Noruega reconsiderando o uso de ecrãs nas salas de aula e dando preferência a materiais impressos, com base em estudos que apontam a superioridade do papel na aquisição de competências de leitura e escrita.

ZAP //

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