Sensores de pressão, por baixo dos dedos grandes dos pés, são responsáveis por controlar o movimento do “Terceiro Polegar”. 98% das pessoas que experimentaram conseguiram manipular objetos em apenas um minuto.
Investigadores da Universidade de Cambridge revelaram, no passado dia 29 de maio, uma prótese robótica à qual deram o nome “Third Thumb” (em português, “Terceiro Polegar”), que dá ao utilizador hominídeo uma “cópia” do seu dedo mais importante.
A prótese, feita com tecnologia de ponta, é concebida para expandir as capacidades manuais humanas e redefinir o alcance do movimento humano com, nada mais nada menos, um segundo dedo oponível aos restantes dedos.
Posicionado no lado oposto da palma da mão, o “Terceiro Polegar” permite aos utilizadores executar tarefas mais complexas que normalmente requerem duas mãos. Um dos exemplos dado pelos investigadores é a possibilidade, com o terceiro polegar, de retirar a tampa a uma garrafa usando apenas uma mão.
De acordo com o estudo publicado na Science Robotics, dispositivo foi testado por 596 pessoas de várias idades e origens e 98% dos participantes foram capazes de manipular objetos com sucesso em apenas um minuto após começarem a utilizar este “novo” polegar.
Como funciona?
A prótese futurista funciona através de sensores de pressão localizados por baixo dos dedos grandes dos pés; a pressão no dedo do pé direito direciona o polegar para a mão, enquanto a pressão no dedo do pé esquerdo levanta o polegar em direção aos dedos.
Desta forma, passam a conseguir manipular objetos de forma mais eficaz e realizar tarefas que de outra forma seriam difíceis ou impossíveis.
A prótese não é apenas uma ferramenta, mas sim uma extensão do corpo que alarga a gama de movimentos do utilizador e melhora a sua capacidade de preensão — especialmente útil para pessoas com deficiência motora.
“Estas tecnologias abrem novas e excitantes oportunidades que podem beneficiar a sociedade, mas é vital que consideremos a forma como podem ajudar todas as pessoas de igual modo, especialmente as comunidades marginalizadas que são frequentemente excluídas da investigação e desenvolvimento da inovação. Para garantir que todos terão a oportunidade de participar e beneficiar destes avanços empolgantes, precisamos de integrar e medir explicitamente a inclusão durante as fases mais precoces possíveis do processo de investigação e desenvolvimento”, lembrou Tamar Makin, da Unidade de Ciências da Cognição e do Cérebro do Conselho de Investigação Médica (MRC) da Universidade de Cambridge, citada pelo SciTech Daily.
“Aumentar o corpo é conceber uma nova relação com a tecnologia – criar algo que vai para além de uma mera ferramenta e se torna uma extensão do próprio corpo. Tendo em conta a diversidade dos corpos, é crucial que a fase de conceção da tecnologia vestível seja tão inclusiva quanto possível. É igualmente importante que estes dispositivos sejam acessíveis e funcionais para uma vasta gama de utilizadores. Além disso, devem ser fáceis de aprender e utilizar rapidamente”, sublinhou Dani Clode, o criador do Terceiro Polegar e um dos principais membros da equipa do laboratório de Makin.
“Teremos de ter em conta as diferentes idades, sexos, pesos, estilos de vida, deficiências – bem como os antecedentes culturais e financeiros das pessoas e até os gostos e aversões à tecnologia. Para atingir este objetivo, é essencial testar fisicamente grupos grandes e diversificados de indivíduos”, disse a coautora Lucy Dowdall, também da Unidade de Cognição e Ciências do Cérebro do MRC.