Desde regras do exército alemão até sugestões de moda da cunhada, há várias teorias por trás do que inspirou Hitler a adotar o seu famoso bigode de broxa.
Adolf Hitler, o infame líder nazi, tem um dos bigodes mais icónicos da história. Os pêlos faciais únicos de Hitler – um cabelo escuro repartido lateralmente e o bigode – contribuem significativamente para a sua notoriedade duradoura.
Este bigode distinto, muitas vezes referido como o “bigode à Hitler”, tornou-se tão intrisicamente ligado a ele que é difícil imaginar alguém a usá-lo sem a associação automática ao ditador alemão. Mas como é que este estilo particular veio a definir Hitler, e qual foi a sua história?
Adolf Hitler nem sempre usou o bigode de broxa. O seu biógrafo Ian Kershaw detalha diferentes estilos de pêlos faciais que Hitler experimentou durante os seus primeiros anos. Enquanto adolescente em Linz, sonhando em tornar-se um grande artista, Hitler era conhecido por um bigode “fino”. Este período, marcado por idas indulgentes a teatros e óperas, pintou o quadro de um jovem profundamente influenciado pela arte e pela música clássica.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os pêlos faciais de Hitler eram notavelmente diferentes. O colega soldado Balthasar Brandmayer descreveu Hitler, em 1915, como despenteado e com um bigode muito mais atarracado.
O momento exato em que Hitler adoptou o bigode de broxa permanece incerto, mas uma anedota significativa dos seus dias no exército oferece uma pista. O biógrafo Stefan Ernsting, ao pesquisar o escritor alemão Alexander Moritz Frey, descobriu o ensaio de Frey que recorda Hitler com um longo bigode em 1915.
Frey afirma que Hitler recebeu ordens para o aparar para melhorar a eficiência da máscara de gás, o que levou ao estilo distinto que manteve desde então. Apesar de ter aparado o bigode, Hitler foi ferido num ataque com gás mostarda em 1918, tendo até sabido da rendição da Alemanha na Primeira Guerra enquanto recuperava no hospital, refere o Grunge.
Contrariamente à história do exército, há quem sugira que Hitler adoptou o bigode de broxa antes da Primeira Guerra Mundial. Bridget Hitler, a sua cunhada, afirmou que Adolf visitou a sua família em Liverpool por volta de 1912. Irritada com o seu longo bigode, terá sido Bridget a convencê-lo a cortá-lo.
Embora este relato seja contestado e careça de provas concretas, acrescenta mais uma camada à complexa história dos pêlos faciais de Hitler. Independentemente destas afirmações, as fotografias dos seus dias no exército mostram-no com um bigode “Kaiser” completo, indicando que quaisquer alterações foram temporárias até ao início da década de 1920.
O bigode de broxa não era exclusivo de Hitler. Originário da América e introduzido na Alemanha no final de 1800, competia com o tradicional bigode “Kaiser”. Na Primeira Guerra Mundial, tinha-se tornado mais difundido, usado por várias figuras proeminentes. Hitler, no entanto, via-o como um estilo potencialmente dominante, uma visão ligada às suas ambições políticas.
O bigode de broxa também era popular na comédia. Comediantes como Oliver Hardy e Charlie Chaplin ostentavam-no, sendo Chaplin famoso também por satirizar Hitler em “O Grande Ditador” (1940). O ditador alemão era um grande fã de Chaplin, apesar de acreditar erradamente que o ator era judeu e de ter banido os seus filmes na Alemanha. Mesmo assim, um guarda de Hitler afirmou que o líder nazi continuou a organizar sessões privadas para ver os filmes de Charlot.
Apesar de acreditar que o bigode de Hitler era uma homenagem secreta a si, o livro “The Secret Parts of Fortune”, de Ron Rosenbaum, argumenta que não há provas de tal intenção. Rosenbaum sugere que Hitler adoptou o estilo de bigode pela primeira vez em 1919, após a Primeira Guerra Mundial.
Independentemente de qual das teorias está correta, uma coisa é certa: o bigode de Hitler é um dos maus famosos e reconhecíveis do mundo.