O Império Acádio da Mesopotâmia entrou em colapso devido a uma enorme tempestade de areia, sugeriu uma nova investigação levada a cabo por cientistas da Universidade de Hokkaido, no Japão.
Em comunicado, os especialistas explicam que a tempestade terá continuado durante um período de tempo, causando graves problemas agrícolas na região que levaram, consequentemente, à queda do império.
A descoberta de seis corais fósseis com 4.100 anos no Golfo de Omã foi fundamental para encontrar novas evidências sobre o fenômeno climático que ocorreu na época. Os cientistas compararam as amostras recentemente encontradas com dados antigos e modernos e informações meteorológicas.
Os resultados revelaram que, durante o colapso do império, a área em causa enfrentou períodos significativos de seca devido aos ventos conhecidos como shamals, que trazem grandes quantidades de poeira. Apesar destes fenómenos serem comuns durante o Inverno, naquela época terão demorado mais do que o habitual.
“O impacto das tempestades de areia e da falta de chuva terão causado grandes problemas agrícolas, levando, possivelmente, o reino à instabilidade social e à fome, fatores que já tinha sido associados ao colapso do império”, pode ler-se na nota.
O Império Acádio prosperou graças ao desenvolvimento da irrigação e desapareceu quando os seus assentamentos foram repentinamente abandonados há 4.200 anos. A região não foi repovoada durante os 300 anos seguintes da queda do império.
“Embora a marca oficial do colapso do império Acádio seja a invasão da Mesopotâmia por outras populações, as nossas amostras de fósseis são janelas temporais que sugerem que variações no clima contribuíram significativamente para o seu declínio”, explicou Tsuyoshi Watanabe, um dos autores do estudo, cujos resultados foram no início deste mês publicados na revista Geo Science World.
Atão não foi o efeito estufa e outras palermices…