O telescópio espacial Spitzer está no espaço há mais de 13 anos, e a NASA continua empenhada em mantê-lo operacional durante mais alguns anos – durante tanto tempo quanto for possível.
Lembra-se do telemóvel que usava em 2003? Imagine o que seria utilizá-lo hoje em dia.
É precisamente isso que se passa com o Spitzer, que, ao contrário do que acontece com o Hubble, está numa trajectória que o deixa cada vez mais afastado da Terra, aumentando progressivamente as dificuldades da velha ferramenta.
O Spitzer foi lançado com refrigeração para manter os seus sensores no nível máximo de eficiência.
Esse objectivo foi amplamente superado, com o telescópio a funcionar neste modo até Maio de 2009 – o objectivo inicial era que resistisse apenas até 2006.
Depois, entrou na fase “quente”, em que a refrigeração tem que se feita de forma passiva, o que inutilizou vários instrumentos, mas continua a permitir a recolha de imagens úteis, e que se manteve até ao momento.
Agora, explica a NASA, o telescópio entrou na fase “beyond”, em que as exigências serão ainda maiores.
Devido ao seu afastamento, para o Spitzer comunicar com a Terra terá que ficar mais inclinado em relação ao Sol, recebendo menos energia nos seus painéis solares, e ao mesmo tempo expondo partes mais sensíveis à radiação solar.
É uma fase de alto risco, que obrigou os responsáveis da missão a desligar parâmetros de segurança que existiam para evitar precisamente aquilo que agora é necessário que faça.
Mas há que ter em conta que poucos esperariam que, 13 anos depois de ter sido lançado, o Spitzer continuasse a funcionar …
Resta saber quantos mais anos este resistente telescópio espacial irá durar, e esperar que resista pelo menos até ao lançamento do novo Telescópio Espacial James Webb, planeado para final de 2018.