Teatro italiano reserva lugares para baixinhos

Roberto_Ventre / Flickr

Piccolo Teatro de Milão

Teatro Piccolo de Milão

O célebre Teatro Piccolo de Milão começa a testar nas próximas semanas um novo sistema de reserva de lugares: quem comprar bilhetes receberá um assento de acordo com sua altura. O objetivo é evitar que a visão seja bloqueada por pessoas mais altas.

Com o novo sistema, o espectador terá que informar a sua altura no momento da compra do bilhete, seja online ou na bilheteira do teatro. Com base nessa informação, receberá o assento mais adequado para poder ver o espetáculo sem obstáculos à sua frente.

A intenção do teatro é resolver um problema que existe desde que existem espetáculos: o facto de que a visão do espectador pode ser prejudicada quando alguém mais alto se senta na cadeira da frente, causando algum desconforto na plateia.

O Teatro Piccolo é um dos palcos mais famosos do circuito das artes italiano. Os que aderem à comunidade de associados, que de acordo com o site do teatro são mais de 100 mil espectadores, têm direito a ofertas especiais e ganham pontos com o cartão “Piccolo Card”.

Agora o Piccolo pede aos integrantes desse grupo que completem a sua ficha de inscrição inserindo a sua altura – incluindo topetes e penteados que aumentam a altura. Segundo os planos do teatro, no futuro quem fizer reservas online poderá até ter acesso uma imagem de como o palco é visto do lugar escolhido e saber a altura do espectador sentado à sua frente.

O jornal italiano La Reppublica afirmou que o método é “revolucionário”, mas há quem tenha as suas dúvidas e receie que os espectadores mais altos tenham que se sentar sempre na parte de trás da plateia.

A escritora italiana Isabella Fedrigotto diz em um artigo no jornal Corriere della Sera que duvida um pouco da honestidade de quem faz reservas online: “Será que pessoas altas não vão declarar que são mais baixas só para ocupar lugares mais perto do palco?”

A resposta só se saberá no fim da fase de testes, que deverá durar alguns meses. “Pelo menos quem compra a entrada na bilheteira não poderá mentir”, afirma a escritora.

ZAP / BBC

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