Rui Moreira criticou fortemente o Governo, dizendo que a opção de salvar a companhia apenas serviu os interesses de Lisboa.
A TAP Air Portugal anunciou o corte de sete rotas aéreas e o fim de 705 mil lugares com partida do Porto em comparação com o verão de 2019. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias, que refere ainda as rotas em causa: Amesterdão, Bruxelas, Barcelona, Madrid, Milão, Munique e para o aeroporto London City. Deverá assistir-se ainda a uma redução dos lugares disponíveis nas ligações a Genebra, Londres Gatwick, Luxemburgo, Nova Iorque.
No sentido inverso, Lisboa, Funchal e Paris terão um reforço das ligações. Tal como lembra a TSF, o Governo resgatou a TAP há um ano, numa operação que envolveu 2,55 mil milhões de euros e a garantia de serviço para todo o país.
Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, confrontado com a notícia, classificou a decisão como péssima e sublinhou o impacto negativo para a economia da região. “É um grande revés”, destacando que “as companhias aéreas ainda não retomaram plenamente a sua atividade” e não sendo ainda possível “depender do mercado livre para retomar voos”.
“É péssimo para a cidade do Porto, é péssimo para a região Norte, é péssimo para a nossa indústria exportadora”, declarou, resgatando a garantia do Governo de que “haveria instrumentos de compensação à região Norte”. “Não sei se esses incentivos são possíveis ou não, a verdade é que nós não temos a TAP e isso fica absolutamente claro agora”.
O autarca deixou ainda críticas ao Governo, ao afirmar que a decisão de salvar a TAP só beneficia Lisboa. “A TAP tem abandonado o Porto, abandonou Faro, abandonou as regiões autónomas. É a estratégia do Governo: [ter] uma empresa que serve apenas uma única região do país e isso deve-nos fazer pensar, num tempo em que se fala tanto de descentralização”, declarou.
A TAP tem sido paga por todos os portugueses, no entanto, parece centrar-se apenas em Lisboa, valerá ao Porto outras companhias sobretudo as de baixo custo que absorverão gradualmente os clientes da TAP, se esta insistir em preços elevados fechando os olhos ao que se passa à sua volta acabará de novo a mendigar os nossos impostos e terminará na falência.
Portanto, se desiste das rotas que dá prejuízo e despede pessoa para reduzir despesas, queixam-se que é uma companhia portuguesa, mas que não serve os interesses do país, e como tal era fechar.
Se serve os interesses do país e mantém rotas que dá prejuízo, e mantém mão de obra para servir essas rotas, queixam-se que dá prejuízo e que devia fechar
Isto é tudo uma vergonha. Mais de 3 mil milhões de euros injetados num enorme buraco negro do dinheiro público. E para quê? Para servir a corte de Lisboa.
Viva a maioria!
A TAP tem sido paga por todos os portugueses ou só pelos de Lisboa? Então os de Lisboa que paguem o seu serviço que os do Norte agradecem, pois têm de recorrer às empresas estrangeiras quando querem viajar.
O governo, que está a injetar dinheiro nessa empresa e representa todos os portugueses, devia exigir que esta servisse todos os portugueses, para não pensarem que, Portugal é Lisboa, e o resto é paisagem.