Investigadores afirmam ter encontrado uma forma de criar um novo elemento superpesado, conhecido como “elemento 120”. Este elemento será tão pesado que terá de ser colocado numa nova linha da tabela periódica.
Os cientistas estão perto de sintetizar um novo elemento superpesado – o “elemento 120” – que, devido ao seu tamanho, abrirá uma nova linha na tabela periódica.
Atualmente, a tabela conta com 118 elementos: do hidrogénio (1), ue tem um único protão no seu núcleo; ao oganesson (18), que foi oficialmente nomeado em 2016 e tem pelo menos 194 partículas subatómicas nos centros dos seus átomos (118 protões e pelo menos 176 neutrões).
Como escreve a Live Science, os investigadores sabem que, teoricamente, deveriam existir elementos ainda mais pesados no cosmos – e até previram o seu aspeto e o seu comportamento. No entanto, para os encontrar, terão de descobrir novas formas de os sintetizar na Terra ou de procurar no sistema solar a sua possível localização.
Os elementos 119 e 120, ununénio e unbinílio, respetivamente, são os principais candidatos.
Estes elementos são tão maciços que exigiriam uma nova oitava linha na tabela periódica. Apesar de várias tentativas, nenhum dos dois foi ainda sintetizado.
Habemus unbinílio?
Um estudo publicado recentemente na Physical Review Letters, trouxe novas esperanças ao apresentar uma nova técnica que foi bem-sucedida na criação do elemento livermorium (elemento 116), utilizando iões de titânio para bombardear isótopos de plutónio.
Os cientistas acreditam que a mesma técnica poderá ser aplicada para criar o unbinílio através do bombardeamento de califórnio com iões de titânio, contra isótopos de califórnio
“Esta reação nunca tinha sido demonstrada antes e era essencial provar que era possível antes de embarcarmos na nossa tentativa de fazer o elemento 120”, disse em comunicado a líder da investigação, Jacklyn Gates, cientista nuclear do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (Berkeley Lab), na Califórnia.
“A criação de um novo elemento é um feito extremamente raro. É emocionante fazer parte do processo e ter um caminho promissor a seguir”, acrescentou.
No entanto, a criação de unbinílio pode ser mais desafiadora e demorada, estimando-se que leve dez vezes mais tempo que a produção de livermorium, que já requereu mais de 22 dias para gerar apenas dois átomos.
Como escreve a Live Science, os elementos superpesados geralmente decompõem-se rapidamente devido à sua instabilidade, mas teoriza-se que ao atingirem um certo tamanho, podem alcançar uma “ilha de estabilidade” e tornarem-se mais estáveis por períodos muito mais longos do que os actuais isótopos superpesados conhecidos.
Como enalteceu Jennifer Pore, coautora do estudo, estas descobertas põem os cientistas no limite do conhecimento e da compreensão humana: “Quando estamos a tentar produzir estes elementos incrivelmente raros, estamos no limite absoluto do conhecimento e da compreensão humana, e não há garantia de que a física funcione da forma que esperamos”.