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Tabaqueiras americanas obrigadas a fazer campanha contra o tabaco

A partir do próximo sábado, as maiores empresas tabaqueiras dos EUA serão obrigadas a promover anúncios que clarifiquem com objectividade o perigo e os efeitos nocivos de fumar.

Historicamente, as companhias tabaqueiras sempre encontraram forma de esconder ou suavizar os terríveis malefícios que o fumo provoca – quer, no passado, chegando a tentar fazer crer que o cigarro fazia bem, quer usando respostas evasivas e abstractas para comentar os efeitos que o tabagismo pode trazer aos consumidores.

A partir do próximo sábado, porém, as maiores tabaqueiras norte-americanas serão obrigadas a divulgar anúncios que clarifiquem de forma objectiva o perigo e os efeitos nocivos do consumo do tabaco.

Chamados  “declarações correctivas”, estes anúncios – impostos por decisão do Supremo Tribunal – serão divulgados nos jornais e na televisão, para tentar compensar as muitas décadas de negligência da indústria e o seu impacto na saúde pública. Uma parte do “castigo” é obrigar as próprias empresas a divulgar e pagar os anúncios.

Os anúncios serão ainda distribuídos nos sites das empresas, e brevemente nos próprios maços de tabaco. Um anúncio online explicou em detalhe o conteúdo que as empresas tabaqueiras de divulgar.

“O Supremo Tribunal ordenou que as empresas Altria, RJ Reynolds, Lorillard e Philip Morris publiquem este anúncio acerca dos efeitos do tabagismo sobre a saúde. Fumar mata, em média, 1200 americanos por dia”, diz o anúncio, que realça ainda de forma clara e directa que “morrem mais pessoas por ano devido ao tabaco do que por homicídio, SIDA, suicídio, droga, acidentes de viação e álcool — juntos”.

(dr)

Anúncios a tabaco nos anos 50. Outros tempos.

A luta da justiça norte-americana com as grandes empresas tabaqueiras arrasta-se há 11 anos, desde que as companhias perderam inicialmente a acção, mas continuaram a paralisar o processo, litigando pequenos detalhes sobre os termos, o texto, as medidas e as imagens dos anúncios.

Se a medida irá significar uma mudança real nos hábitos da população, só o futuro dirá. Mas obrigar as empresas – não só de tabaco, mas de alimentos, álcool e drogas legais – a dizer a verdade, deveria ser o mínimo exigível em qualquer circunstância.

ZAP // Hypeness

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