Os cientistas descobriram, com a ajuda da missão Lucy, que o asteróide Dinkinesh tem não uma, mas duas luas.
A missão Lucy da NASA, que está a caminho de estudar os asteróides troianos na órbita de Júpiter, fez uma descoberta inesperada. A nave espacial, preparada para observar o asteróide Dinkinesh, descobriu que este corpo celeste, antes pensado ser único, é na verdade um complexo de três asteróides.
Inicialmente, Dinkinesh não estava incluído no itinerário da missão, mas dada a sua proximidade, apresentou-se como uma oportunidade perfeita para testar os instrumentos científicos de Lucy.
O que começou como um teste transformou-se numa descoberta extraordinária: as primeiras imagens do encontro revelaram que Dinkinesh possui uma pequena lua. Contudo, as surpresas não se ficaram por aí. Esta lua revelou-se um binário de contacto – dois asteróides menores em contacto, um fenómeno bastante comum no Sistema Solar, mas nunca antes observado na órbita de outro asteróide.
John Spencer, cientista adjunto do projeto Lucy, expressou surpresa pela descoberta, destacando que, apesar de variações na luminosidade de Dinkinesh sugerirem a presença de um satélite, a realidade provou ser muito mais peculiar.
A natureza binária do satélite de Dinkinesh permaneceu oculta até que uma alinhamento fortuito permitiu à equipa da missão descarregar mais dados e imagens, revelando a presença de um segundo objeto e a verdadeira configuração do sistema, escreve o IFLScience.
Hal Levison, investigador principal de Lucy, admite que a configuração do sistema é desconcertante. “Eu nunca teria esperado um sistema assim. Em particular, não entendo porque é que os dois componentes do satélite têm tamanhos semelhantes. Isso vai ser divertido para a comunidade científica descobrir”, afirma.
A missão Lucy, nomeada em homenagem ao ancestral humano Lucy, tem como objetivo estudar os “fósseis” da formação planetária, inspecionando asteroides no cinturão principal e os troianos ao redor de Júpiter.
Atualmente, a Lucy prepara-se para usar a Terra como uma catapulta gravitacional, um impulso que lhe permitirá visitar o asteróide Donaldjohanson em 2025 e, posteriormente, alcançar os asteróides troianos em 2027, continuando a sua missão de desvendar os segredos da nossa história cósmica.