Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC)

Fotografia do crióstato que contém o processador Zuchongzhi 3.0., criado por cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC)
A China conseguiu a supremacia quântica com um novo chip um quatrilião de vezes (10¹⁵) mais rápido que os supercomputadores mais potentes. Este novo protótipo obteve resultados comparáveis ao novo QPU Willow da Google.
Investigadores chineses desenvolveram uma unidade de processamento quântico (QPU) que é 10¹⁵ de vezes mais rápida do que os melhores supercomputadores do planeta.
O novo protótipo de chip de 105 qubits, apelidado de Zuchongzhi 3.0, que usa qubits supercondutores, foi revelado num estudo publicado no início do mês na Physical Review Letters.
O desempenho do novo chip rivaliza com os resultados de avaliação comparativa estabelecidos pelo mais recente QPU Willow da Google em dezembro de 2024, que permitiu aos cientistas reivindicar a supremacia quântica.
Como refere a Live Science, os cientistas chineses usaram agora o processador para completar uma tarefa no benchmark de amostragem de circuito aleatório (RSC) de computação quântica amplamente utilizado em centésimas de segundo.
O novo teste foi concluído um milhão de vezes mais rápido do que o resultado definido pelo chip Sycamore da geração anterior do Google, em outubro de 2024.
“O nosso trabalho derruba as fronteiras da computação quântica e também estabelece as bases para uma nova era em que os processadores quânticos desempenham um papel essencial na abordagem de desafios sofisticados do mundo real”, disseram os cientistas do estudo, citados pela Live Science.
Uma das áreas mais importantes e críticas para a viabilidade da computação quântica no mundo real é o tempo de coerência – uma medida de quanto tempo um qubit pode manter a sua sobreposição e utilizar as leis da mecânica quântica, para efetuar cálculos em paralelo. Tempos de coerência mais longos significam que são possíveis operações e cálculos mais complicados.
Outra grande melhoria foi a fidelidade da porta e a correção quântica de erros, que tem sido um obstáculo à construção de computadores quânticos úteis.
A fidelidade da porta mede a precisão com que uma porta quântica realiza a operação pretendida, sendo uma porta quântica análoga a uma porta lógica clássica, realizando uma operação específica num ou mais qubits, manipulando o seu estado quântico. Qubits de maior fidelidade significam menos erros e cálculos mais exatos.
Zuchongzhi vs. QPU Willow
Como detalha a Live Science, o Zuchongzhi 3.0 teve um desempenho impressionante com uma fidelidade de porta de um qubit paralelo de 99,90% e uma fidelidade de porta de dois qubits paralela de 99,62%.
Por seu turno, a QPU Willow da Google superou-a ligeiramente, com resultados de 99,97% e 99,86%, respetivamente.