Foi dado um passo importante para tornar os computadores quânticos úteis na “vida real”. Os investigadores da Google Quantum AI demonstraram o potencial dos computadores quânticos para superar os supercomputadores clássicos, graças a um chip revolucionário.
Um estudo publicado esta quarta-feira na Nature mostrou que os supercomputadores mais rápidos do mundo podem ser superados graças ao chip Sycamore de 67 qubits da Google.
Como explica a Live Science, os cientistas descobriram uma “fase computacionalmente complexa estável”, a chamada “fase de ruído fraco”, que permite que as unidades de processamento quântico (QPU) realizem cálculos extremamente complexos, impossíveis de executar nos computadores clássicos mais rápidos.
Os computadores quânticos utilizam qubits, que processam cálculos em paralelo, ao contrário dos bits dos computadores clássicos, que funcionam de forma sequencial. Este mecanismo possibilita aos computadores quânticos realizar em segundos cálculos que levariam milhares de anos em computadores clássicas.
No entanto, os qubits são altamente sensíveis e sujeitos a erros, conhecidos como “ruído”. Atualmente, aproximadamente 1 em 100 qubits falha, uma taxa de erro muito mais elevada do que nos bits clássicos.
Para atingir a supremacia quântica, seria necessário aumentar a eficiência da correção de erros ou desenvolver computadores quânticos com milhões de qubits.
Chip revolucionário
Nesta experiência, detalhada pela Live Science, os cientistas testaram a fidelidade de uma grelha 2D de qubits supercondutores através de um método chamado “amostragem aleatória de circuitos” (RCS), que compara o desempenho dos computadores quânticos com os clássicos.
A experiência mostrou que – graças ao chip Sycamore de 67 qubits da Google – os qubits podem finalmente transitar para a “fase de ruído fraco”, onde os cálculos se tornam tão complexos que os computadores quânticos superam os clássicos.
Embora ainda seja necessário melhorar a correção de erros e aumentar a escala dos computadores quânticos, este avanço é um marco importante no desenvolvimento de aplicações quânticas que não podem ser replicadas por computadores clássicos.
“Este é uma passagem até chegar às aplicações do mundo real, que vai além das aplicações comerciais clássicas. Esses aplicativos não devem ser replicáveis num computador clássico. Os nossos resultados no âmbito desta investigação constituem um passo significativo nessa direção”, disseram, à Live Science, os representantes da Google Quantum AI.