O número de suicídios de polícias das forças de segurança portuguesas é dos mais elevados em toda a Europa. Desde 2000, quase 150 polícias puseram termo às suas próprias vidas.
A taxa de suicídio entre elementos das forças de segurança portuguesas é das mais elevadas da Europa, com quase 150 polícias a suicidarem-se desde o ano de 2000. A conclusão é de um estudo apresentado na quarta-feira em Gaia, no Congresso da Eurocop, e noticiado pelo Jornal de Notícias.
“Infelizmente, em Portugal, estamos na primeira linha da Europa em suicídios. Abaixo de nós estão as polícias francesas e espanholas”, disse o autor do estudo e dirigente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), Miguel Rodrigues.
A maioria das vítimas são do sexo masculino, com idades entre os 38 e os 40 anos e suicidaram-se com recurso à sua arma de serviço. As conclusões são retiradas com base na análise particular dos últimos 110 casos.
Os suicídios são relativos a problemas no serviço, razão pela qual se devem melhorar as condições de trabalho e os vencimentos, realça Miguel Rodrigues. Os agentes devem ter também “mais apoios das chefias, mais facilidades de deslocação para perto das famílias e até apoio da própria sociedade”.
Além disso, conclui-se que entre 2017 e 2018, o número de agressões a elementos das forças de segurança aumentou de 216 para 1019.
Uma situação preocupante que leva a dar início a um grande debate sobre este assunto.
Lamentavelmente, a maioria dos homens e mulheres que ingressam na carreira profissional de Polícia não têm perfil para a profissão, vão atrás da estabilidade salarial e o facto de ser um emprego para a vida com a garantia da reforma, no entanto e após depararem-se com a exigência da vida policial bem como das suas diversas e múltiplas actividades acabam por perceber que afinal não era aquilo que procuravam entrando em depressão, o que faz com estes homens e mulheres reajam em desespero.