Governo sueco quer banir mendigos. “Não é sensato pedir esmola à porta das lojas”

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Governo de centro-direita está a considerar promessa eleitoral da extrema-direita. Segundo os Democratas Suecos, são os cidadãos da UE quem entra no país para mendigar.

O governo de centro-direita da Suécia está a estudar, com os Democratas Suecos, uma medida que já começa a dividir o país: a possibilidade de proibir a mendicidade a nível nacional.

O Executivo, liderado por Ulf Kristersson do liberal-conservador Partido Moderado, começou esta segunda-feira a trabalhar na proposta com o partido de extrema-direita, e já nomeou um investigador para estudar a implementação legal da medida, contornando as convenções internacionais e direitos humanos sem as violar.

A proibição da mendicidade foi prometida nas últimas eleições pelo Partido dos Democratas Suecos, que prestam apoio externo ao governo de Kristersson. Agora, depois de a extrema-direita obter uma maioria nas legislativas de 2022 — juntamente com os três partidos de direita no poder — a hipótese ganha força.

Segundo alega a extrema-direita, os cidadãos da União Europeia (UE) entram na Suécia para mendigar, e isso está a provocar um aumento de criminalidade.

A proibição “é boa e absolutamente necessária”, afirmou a líder dos nacionalistas, durante a conferência de imprensa desta segunda-feira.

“A mendicidade era rara na Suécia até ao início da década de 2010, quando muitos cidadãos da UE vieram de outros países para a Suécia para mendigar”, adiantou ainda Linda Lindberg.

“Na nossa opinião, não é razoável que as pessoas atravessem metade da Europa para pedir esmola à porta das nossas lojas“, disse ainda, lembrando que a proibição da mendicidade já existe, de certa forma, na Suécia.

Em 2019, a cidade sueca de Eskilstuna começou a obrigar todos os sem-abrigo a tirar uma licença — com um custo de 23 euros — que lhes permite pedir dinheiro nas ruas.

As conclusões do estudo encomendado pelo Governo serão apresentadas no final de junho de 2025 no parlamento sueco.

 

“Não há acordo”, lembram Liberais

O Partido Liberal já começou a dar sinais de que vai votar contra a proibição da mendicidade.

“O acordo de Tidö significa apenas que deve ser efetuada uma investigação sobre a proibição da mendicidade”, lembrou Anna Starbrink, deputada do Partido Liberal, “mas não há acordo para introduzir essa proibição“.

“Mantenho a minha declaração anterior e não contribuirei para a introdução de uma proibição de mendicidade (…) as pessoas necessitadas não podem ser proibidas de pedir ajuda”, reforçou a deputada do mais pequeno partido da coligação, numa publicação no Facebook.

De acordo com o jornal sueco The Local, basta que três dos 16 deputados do partido votem contra a medida proposta para conduzir à derrota parlamentar, caso o governo venha mesmo a aprovar o fim da mendicidade.

“Não excluo a possibilidade de, no próximo verão, termos uma base tão bem preparada e equilibrada que os outros partidos possam também considerar apoiá-la”, disse, no entanto, a líder dos Democratas Suecos.

Tomás Guimarães, ZAP //

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9 Comments

    • Já agora porque não exterminá-los? Hitler tinha até uns métodos rápidos e eficientes que poderiam ser reaproveitados.
      Já agora, se algum dia precisar de pedir ajuda, seja para o que for, leve consigo um cartaz que diga “eu sou contra a mendicidade”. Assim saberemos para onde a mandar.

    • Cá, há uns anos, e não sei se se mantém, para ser “arrumador” em Lisboa, era necessário ter licença. Não sei qual é o espanto.

  1. A mendicidade tornou-se uma praga nos países escandinavos.
    Consequências de terem, durante anos, escancarado as fronteiras.

    • A praga resulta do desemprego e do aumnto do preço da habitação. No dia em que ficar sem casa, atire-se ao rio que é para não fazer parte da praga.

      • Quem tem de dar essa resposta é a Segurança Social. Tal como cá. Não são, nem os empresários, nem os proprietários de imóveis.
        E, para que conste, em 2011 fiquei desempregado, criei o meu posto de trabalho com o apoio do IEFP (estive 2 meses no Fundo de Desemprego), e desde essa altura, desde que criei o próprio emprego, comecei de imediato a descontar (impostos e contribuições). Desde essa data, graças a Deus e aos descontos que tinha feito, o que me permitiu realizar o que realizei e de imediato voltar à acção e continuar a contribuir. Para mim, e para os demais.

  2. Se é a segurança social que deve pagar então os empresários que paguem os impostos todos que devem e não andem a fugir a mínima oportunidade. E acabem vom os paraísos fiscais, os Pingo Doces com sede na Holanda. Depois a gente fala.

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