Na Suécia, há um museu em que tudo é (literalmente) um falhanço

Museu dos Falhanços

O Museu dos Falhanços nasceu em 2017 na Suécia e tem como missão ensinar-nos a aprender com os erros.

Quando uma empresa lança um produto que se sai mal no mercado, geralmente o objectivo é tirá-lo das prateleiras o mais rápido possível e fazer o público esquecer este fiasco.

Mas o Museu dos Falhanços, fundado na Suécia em 2017, nasceu precisamente para garantir que nunca nos esquecemos de alguns dos principais erros de marketing de algumas das maiores empresas do mundo.

Os tesouros do museu, sediado em Helsingborg, estão actualmente em exposição em Nova Iorque, onde ficarão até meados de Maio. Desde canetas da Bic só para mulher, passando pela lasanha da Colgate, o museu conta com mais de 150 produtos terríveis, horríveis, espantosos e horrorosos.

A exposição foi curada por Samuel West, um psicólogo que se especializa em ciências organizacionais e que quer normalizar o conceito de falhar.

“As minhas pesquisas são focadas em ajudar organizações a ser mais inovadoras e um dos maiores obstáculos à inovação é o medo de falhar. Então, estava a brincar com a ideia: como posso comunicar a importância de aceitar os falhanços?”, explica West à CBS.

Esta ideia vai ao encontro da missão anunciada pelo museu na sua página de Instagram, onde alega ter como objectivo “estimular a discussão sobre a aceitação e a aprendizagem com os falhanços“.

E há várias empresas que são exemplo disso. O Museu do Falhanço inclui produtos lançados por marcas gigantes que continuam a somar e seguir, como a Coca-Cola, a Pepsi ou a Oreo.

Mas a sua inclusão na exposição não foi sempre garantida. No início do projecto, West teve de comprar exemplares dos produtos falhados em sites de usados, como o eBay ou a Craigslist, já que as marcas não queriam ser associadas ao museu.

“As pessoas sentem-se liberadas quando vêem marcas grandes e conhecidas que têm quantidades enormes de dinheiro, experiência e capacidades que falham na mesma quando experimentam coisas novas. Se até eles podem falhar, por que não podemos nós?”, refere West ao Brooklyn Paper.

O museu inclui ainda um recurso interactivo chamado “Partilha o teu falhanço” que permite aos visitantes contar os seus próprios fiascos em notas adesivas, algo que West espera que mostre que os erros não são tão maus ou assustadores como muitos imaginam.

Adriana Peixoto, ZAP //

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