O icónico submarino submersível de investigação norte-americano Alvin consegue agora alcançar 99% do fundo do oceano, o que pode revolucionar a investigação oceânica.
No norte do Oceano Pacífico, as encostas submarinas que conduzem à Fossa das Aleutas estão repletas de vermes, amêijoas, anémonas e inúmeros micróbios que prosperam com o metano que borbulha dos sedimentos.
Até agora, o Alvin, o famoso submersível de investigação dos EUA, não conseguia mergulhar suficientemente fundo para explorar estes ecossistemas.
Graças a uma atualização de 50 milhões de dólares, o Alvin pode agora mergulhar até 6.500 metros, significativamente mais fundo do que o seu limite anterior de 4.500 metros.
Este melhoramento permitirá aos cientistas explorar até 99% do fundo do oceano, em comparação com os 68% que podia alcançar anteriormente.
Esta melhoria equivale a aumentar a área explorada para os tamanhos combinados da Ásia, África, Europa, Austrália e América do Norte, detalha a Science.
A missão tem como objetivo investigar as infiltrações de metano ao largo da costa do Alasca e marca a primeira expedição de investigação tripulada dos EUA abaixo do anterior limite de profundidade do Alvin.
Shana Goffredi, uma bióloga marinha do Occidental College, também faz parte desta expedição inovadora, e está ansiosa por ver se as condições mais extremas a profundidades de cerca de 5.000 metros perto da Fossa das Aleutas conduzem a diferentes adaptações biológicas. “Essa é uma das coisas mais excitantes desta expedição”, afirma.
A maior profundidade do Alvin também permitirá a exploração das planícies abissais, que se encontram a 6.000 metros de profundidade. Estes vastos fundos oceânicos, cobertos de sedimentos, estão repletos de rochas ricas em minerais e são de grande interesse para as empresas mineiras.
“Há muita coisa a acontecer debaixo da superfície e queremos investigar mais”, diz Jeffrey Marlow, um microbiologista ambiental da Universidade de Boston.
A recente atualização, que surge 60 anos depois de o Alvin ter revolucionado a investigação oceânica, inclui um casco de titânio mais espesso, vedantes mais resistentes, um interior mais espaçoso, câmaras atualizadas e um cesto de amostras maior.
Apesar destes avanços, o Alvin não está sozinho nas profundezas. Os EUA estão a instalar veículos autónomos chamados Orpheus e Eurydice, capazes de atingir os pontos mais baixos do oceano. Estes veículos irão mapear a área e identificar os melhores locais para o Alvin visitar.
Esta atualização pode representar a última grande melhoria para o Alvin, uma vez que o futuro da exploração das profundezas do mar está a mudar para veículos robóticos. Estas máquinas avançadas oferecem melhores capacidades de câmara e vídeo, reduzindo a necessidade de presença humana a tais profundidades.