Stormy Daniels fez um relato detalhado e “às vezes gráfico” do encontro sexual com Trump

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Doug Mills / POOL / EPA

O antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, no tribunal

A ex-atriz pornográfica Stormy Daniels detalhou, esta terça-feira, durante o seu depoimento como testemunha no julgamento do ex-Presidente norte-americano por falsificação de documentos, o alegado encontro sexual com Donald Trump.

O Ministério Público norte-americano acusa o antigo Presidentes, Donald Trump, de 34 crimes por suposta falsificação de documentos, numa trama com a qual teria tentado esconder um suborno em plena campanha eleitoral em 2016 à ex-atriz pornográfica Stormy Daniels, para comprar o seu silêncio e não falar sobre a relação extraconjugal ocorrida dez anos mais cedo.

Esta terça-feira, a antiga atriz afirmou em tribunal que, no suposto encontro, o magnata norte-americano não a agrediu verbal ou fisicamente, embora tenha assinalado um “desequilíbrio de poder” entre os dois e soubesse que o guarda-costas se encontrava no exterior.

“Contei a muito poucas pessoas que tínhamos tido uma relação sexual porque tinha vergonha de não a ter interrompido [a tempo]”, explicou, acrescentando que, após o encontro, saiu “o mais rapidamente que pôde”.

Stormy Daniels detalhou que Trump, que ela disse ter visto como um homem por volta dos 60 anos, não lhe deu dinheiro ou o seu número telefone “ou qualquer coisa assim”, nem lhe pediu que mantivesse o encontro confidencial ou expressasse preocupação por causa da sua esposa Melania Trump.

A Associated Press descreve que os jurados pareciam fascinados enquanto a antiga atriz, apesar das repetidas objeções dos advogados de defesa e das advertências ocasionais do juiz, oferecia um relato detalhado e às vezes gráfico de uma relação que Trump nega.

Caso com quase 20 anos

O depoimento é uma peça central para o caso porque nas semanas finais da campanha presidencial republicana de Trump em 2016, o advogado de Trump, Michael Cohen, terá pago a Stormy Daniels 130 mil dólares (120 mil euros) para manter o silêncio sobre o que ela diz ter sido um encontro sexual estranho e inesperado no seguimento de um passeio de golfe de celebridades em Lake Tahoe em julho de 2006.

Interrogada pelo procurador, Daniels contou como um encontro inicial num torneio de golfe, onde discutiram a indústria de filmes adultos, evoluiu para um breve encontro sexual que, segundo afirmou, Trump teve a iniciativa depois de a convidar para jantar e seguir para a sua suíte no hotel.

Após terem estado juntos, relatou: “Foi muito difícil encontrar os meus sapatos porque as minhas mãos tremiam muito”. Trump terá dito que esperava voltar a encontrar a ex-atriz, mas ela “apenas queria ir embora.”

Alegadamente, Cohen pagou a Daniels após ter recebido a informação de que ela estava disposta a fazer declarações oficiais ao National Enquirer ou na televisão confirmando um encontro sexual.

As acusações que Donald Trump enfrenta remontam a uma investigação lançada pelo gabinete do procurador distrital de Manhattan na sequência de um suposto plano do magnata para esconder vários escândalos sexuais na comunicação social.

Michael Cohen, que também era vice-presidente da Trump Organization, terá providenciado o pagamento, fornecendo o referido valor do seu próprio bolso e o ex-Presidente é acusado de devolver a verba escondendo-a em diversas despesas legais nos registos da empresa. Cohen foi condenado em dezembro de 2018 a três anos de prisão.

Desde que o encontro foi revelado, Stormy Daniels emergiu como uma antagonista da versão de Trump, partilhando a sua história num livro e na televisão e criticando e o ex-Presidente com tiradas pejorativas.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Este caso parece não fútil como o do blowjob do Bill Clinton.
    Nem se entende porque é que vai para a Justiça.

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