Interlune

O hélio-3 é extremamente raro no nosso planeta, mas pode ser muito útil aos avanços na computação quântica e fusão nuclear. Para resolver esse problema, uma equipa de cientistas volta-se para a Lua.
O hélio-3 é um produto caro, porque há pouco — custa dezenas de milhares de dólares por litro. Segundo a New Scientist, encontra-se na Terra num rácio de cerca de uma parte por milhão de partes de hélio-4.
Na Terra, é extremamente raro, mas noutras zonas do Sistema Solar é abundante. No Sol, por exemplo, o hélio é formado como subproduto da fusão nuclear. Só que não o conseguimos extrair.
Este elemento pode ser muito importante para o desenvolvimento de computadores quânticos e para futuros reatores de fusão nuclear.
“O nosso objetivo é ser a primeira empresa a comercializar recursos do espaço”, diz agora uma startup norte-americana, a Interlune, quer começar a extrair hélio-3… da Lua. E já em 2027 — até já têm nome para a missão, a Prospect Moon.
E “é potencialmente viável”, afirma Clive Neal, professor da Universidade de Notre Dame. “Mas o que não sabemos é qual é o verdadeiro teor de vento solar desse solo lunar”.
Medir os níveis reais de hélio-3 lunar, bem como de outros gases que possam estar incorporados na superfície lunar, é um dos principais objetivos da missão. “São dados incrivelmente valiosos”, comenta o cientista.
Mas não é apenas para medição que se volta a equipa da Interlune: querem também avaliar a precisão dos nossos mapas lunares que preveem onde é provável encontrar o isótopo — que se baseiam atualmente em dados obtidos remotamente — e também testar a tecnologia de extração de hélio-3 da Interlune.
E há uma vantagem, segundo Neal, em fazer essa extração na Lua e não na Terra: o nosso satélite natural não tem biodiversidade. “Não há vida lá, por isso, porque é que precisamos de preservar o ambiente?”, interroga.
Daqui a uns anos deverá ter extraído uma boa quantidade de dinheiro aos “adeptos da modalidade” e Helium-Nada.